Jamil, o nosso budista no encontro com o Lama
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de junho de 1992
Uma questão de agenda e os compromissos que havia assumido na Argentina impediram que o Dalai Lama, 57 anos, incluísse Curitiba em seu roteiro pelo Brasil, iniciado no último dia 4, no Rio de Janeiro, e que após passagem por São Paulo, encerra-se hoje em nosso, país.
Quem tentou, de todas as formas, viabilizar a vinda de Sua Santidade Tenzin Gyatso, décimo-quarto Dalai-Lama a Curitiba, foi um jovem e entusiasta adepto de sua crença, Jamil Salum Jr., ponta-grossense, 21 anos a serem completados no dia 19 de novembro, fundador e principal dirigente da Instituição Para o Auxílio do Tibete.
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Sócio de uma livraria especializada em esoterismo, a "Vidya" (Rua 15 de Novembro, 560, Ponta Grossa), Salum Jr., é um estudioso da religião dos monges tibetanos desde seus 14 anos e hoje está próximo de alcançar o maior sonho: conseguir recursos e um visto especial da República Popular da China para chegar ao Tibet.
Nos dias 8 e 9 de junho de 1991, na Ordem Rosa Cruz, em Curitiba, Jamil organizou o I Congresso Nacional Para Auxílio ao Tibete/Congresso Brasileiro [de] Budismo Tibetano, que, conforme aqui registramos na época, teve a participação do monge Luvunp Thargiar, vindo especialmente para o evento. "Agora, estamos trabalhando para um segundo congresso, possivelmente no primeiro trimestre de 1993", diz Jamil Salum, com todo o seu entusiasmo.
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Ao viajar na segunda-feira, 8, para São Paulo - onde acompanhou a programação do Dalai Lama - e com ele teria uma rapidíssima audiência de cinco minutos - Jamil levou um tape de 2 horas, no qual o videomaker Rafael Brenner da Silva, editou uma síntese do congresso promovido em Curitiba no ano passado. É uma forma de fazermos chegar ao chefe espiritual máximo uma idéia do esforço que, nós, modestamente, estamos fazendo no Paraná para divulgação de suas idéias e, especialmente, conscientizando a população sobre os problemas enfrentados pelo Tibet, que o Dalai Lama chefia no exílio e que já provocou 100 mil exilados", explica Jamil.
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Jamil está empenhando em divulgar no Paraná o livro "Bondade, Amor e Compaixão", de S.S. Tenzin Gyatso, segundo a versão inglesa organizada por Jeffrey Hopkins e Elizabeth Napper, em tradução de Cláudia Gerpe Duarte (Editora Pensamento, SP, 252 páginas). Explicando a importância deste livro ser conhecido, diz Jamil:
- "Ele não se destina unicamente aos budistas ou aos crentes de alguma religião, mas a toda pessoa que credita na possibilidade de transformação do homem como indivíduo e como membro de uma sociedade. Nesse sentido, ao apelar tanto para a mente como para o coração, ele pede que toda a humanidade reflita sobre a fragilidade da situação atual do mundo e se esforce por reformar suas atitudes com vistas a uma sociedade melhor".
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