Literatura em encontro e os grandes prêmios de Brasília
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 30 de outubro de 1991
Em 1965, numa das primeiras audiências que teve com o então recém-empossado governador Paulo Pimentel, o (então) jovem Cândido Manoel Martins de Oliveira - hoje grisalho e tranquilo conselheiro do Tribunal de Contas - na condição de superintendente da Fundepar, levou uma idéia que seu assessor de imprensa, Antônio Otávio Pietrobelli lhe havia passado: a promoção de um concurso de contos com o prêmio de Cr$ 100 mil - o que, para a época, era uma grande soma.
Pimentel gostou tanto da idéia que a aprovou imediatamente - mas com uma mudança: ao invés de Cr$ 100 mil, o primeiro classificado deveria receber Cr$ 1.000.000,00 - uma fortuna para aquele tempo. Com isto, o concurso ganhou uma projeção nacional, pois oferecia os maiores prêmios já dados numa competição literária, o que estimularia os maiores nomes da literatura brasileira a participarem.
Durante os quatro anos do governo Pimentel o Concurso Nacional de Contos consolidou-se, pois paralelamente à competição havia seminários, encontros de escritores e edições dos livros. Infelizmente, os governos que o sucederam eclipsaram a promoção, que só foi retomada, em sua força pelo governo Álvaro Dias, valorizando o pioneirismo de Paulo Pimentel.
Nestes 26 anos, surgiram dezenas de outros concursos assemelhados - alguns com continuidade, outros não passando de algumas edições. Um dos que vêm resistindo é o Prêmio Brasília de Literatura, criado em 1968 e que agora está sendo também revigorado graças à visão cultural do governador Joaquim Roriz e da competência da professora Maria Luiza Dorneles, na direção da Fundação Cultural do Distrito Federal. Assim, a 23ª edição do concurso que anualmente premia autores de obras inéditas nas categorias conto, poesia e literatura infanto-juvenil distribuirá este ano Cr$ 11.400.000,00 aos nove vencedores nas diversas categorias. As inscrições encerraram-se no próximo dia 21 de outubro, pois os premiados serão conhecidos na abertura do 23º Encontro Nacional de Escritores (20 e 22) de novembro. Promoção já consolidada dentro do movimentado calendário cultural da FCDF, este encontro terá seminários, palestras e reuniões com escritores, editores, professores, jornalistas etc, ligados à área literária.
Do Paraná, o primeiro convidado a participar foi Cristóvão Tezza, o autor do elogiadíssimo "A Suavidade do Vento" (Editora Record, 204 páginas), que está sendo considerado um dos livros mais importantes neste ano literário.
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