A MPB nos anos 60 (IX) - Jair & Elis, nos tempos da Bossa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de junho de 1974
Jair Rodrigues é hoje o cantor mais rico do Brasil. Ou um dos três mais ricos (os outros dois concorrentes são Roberto Carlos e Juca Chaves). Elis Regina desfruta também de uma sólida situação financeira. Mas os dois devem muito do que hoje possuem - em bens e prestígio - para um programa e um disco: "Dois na Bossa". Pois foi no verão de 1965, nos tempos dourados da TV-Record, então a grande emissora de televisão brasileira, que a esvoaçante cantora e o simpático crioulo criaram uma das duplas mais comunicativas de nossa MPB. Valorizando extremamente os sambas simples e contagiantes, Elis e Jair tiveram na série "O Fino da Bossa" e no primeiro lp "Dois na Bossa", uma verdadeira consagração. O lp - primeiro de uma série de 3 - foi historicamente importante ao chegar aos 50 mil exemplares vendidos, quando nenhum artista nacional, com um único disco, havia conseguido esta marca. Portanto a reedição do volume 1 de "Dois na Bossa" (edição Histórica, volume 2, Fontana 6470514, maio/74) é mais do que justificável. Afinal é um alegre disco de música brasileira, marcante de uma fase de afirmação de nosso cancioneiro e que reunia dois jovens intérpretes. Hoje já não tão jovens, firmados em diferentes caminhos, Elis e Jair devem olhar com nostalgia para esta reedição, que em termos de Pot-pourri de grandes momentos da MPB é prefeita: O Morro não tem Vez, Feio Não é Bonito, Samba do Carioca, Este Mundo é Meu, A Felicidade, Vou andar Por Aí, O Sol Nascerá (A Sorrir), Diz que Fui Por Aí, Acender as Velas, A Voz do Morro, O Morro não tem Vez, Tristeza que se Foi, Menino das Laranjas, Zigue Zague, Arrastão, Amor de Carnaval, Samba de Mudar, Sonho de um Carnaval, etc.
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