As mulheres, as cores e o piano
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de dezembro de 1985
Sueli Zanetti, artisticamente apenas Piazzetta - seu sobrenome de solteira, faz agora sua segunda individual na Dell'Arte, inaugurada ontem, em vernisage das mais badaladas. Entre a primeira música , há pouco mais de um ano, na Acaiaca, a exposição atual, os quadros de Piazzetta, focando especialmente coloridas flores da paisagem paranaense , foram levados aos melhores espaços plásticos no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, sua exposição ganhou tamanho destaque que até na luxuosa revista programa de "Cyrano de Bergerac "de Edmond Rostand (em cartaz no Teatro de Cultura-Artística), há anúncio, colorido, de uma página, com direito a ilustração em cores. Aurelio Benitez, crítico de artes plásticas de O ESTADO, diz que "as flores parecem perder a noção do limite das formas e se agigantam, dominando o espaço das telas de Sueli Piazzetta. Explodem os vermelhos, os lilases, os amarelos e os roxos numa visão esfuziante e de intensa vibração.
As vezes tem-se a impressão de que a pintora usa o tema flores para dar expansão ao seu namoro com a abstração. Há trabalhos em que, deixando de lado o tema e fixando-se só nas manchas coloridas, tem-se a impressão de que se está diante de uma abstração lírica. Uma coisa é verdade: Sueli gosta mesmo desse mundo feérico de cores quentes e que provocam excitação nas retinas".
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Salete Maria Chiamulera, pianista, escreve de Varsóvia, onde participou do 11º Concurso Internacional de Piano Frederic Chopin, em outubro último. Salete não conseguiu classificar-se na difícil competição mas, em compensação ganhou uma bolsa de estudos para ali permanecer por dois anos. O vencedor do concurso foi um pianista russo, 19 anos, pianista desde os 4, (filho de uma pianista ) chamado Atanislau Bunin, aluno do Conservatório Pyort Tchaikosky, em Moscou. A imprensa polonesa que dá imensa cobertura ao festival - destacou que Bunin não é "essencialmente" um pianista romântico, próprio do estilo da música de Chopin. É mais um pianista de repertório clássico e, no concertos dos premiados, executou como bis um movimento de sonata de Hayden. Diz Salete, que também causou admiração quando ao receber o prêmio, não o quis para si e fez uma doação para a própria sociedade Chopin que promove o festival. O segundo classificado foi um pianista francês, também de 19 anos, que até fisicamente lembra a chopin e que, em termos técnicos, se aproximou mais ao estilo da música do mestre polonês".
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Arthur Moreira Lima deveria fazer parte do júri internacional do júri (de 22 membros), mas, na última hora, acabou cancelando a viagem. Salete foi a única representante do Brasil, já que o outro candidato, o paulista José Carlos Cocarelli, que reside na França, não foi (um mês antes, ele havia ganho um concurso de piano em Bolzano, na Itália). Dos 8 candidatos italianos, nenhum chegou a segunda etapa do Festival mas, em compensação os 27 concorrentes do Japão "deram um verdadeiro espetáculo de técnica pianística. Pareciam verdadeiras "máquinas" de tocar piano", comenta Salete.
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