MÚSICA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de março de 1973
As gravadoras brasileiras começam a voltar seus olhos, até que enfim, para a promoção. Fábricas que insistiram durante anos em ignorar o trabalho de disc-jockeys e jornalistas especializados, que, graciosa e idealisticamente, desenvolvem um importante trabalho de divulgação de nossos artistas, passam agora a fornecer melhor material de trabalho. Não apenas os discos - compactos ou LPS -, mas também material informativo, fotografias, posters e outras peças. Após a Continental, que no ano passado teve um vigoroso sopro no setor de produção e propaganda, a Odeon - que mantém um dos mais ativos setores de comunicação, dirigido pelo veterano compositor e jornalista Fernando Lobo, também criou um "house organ" destinado e informar aos seus amigos o que há de novo com os artistas da casa. A Continental edita o "Curtisson", já no número 5, dirigido pelo jornalista Moracy do Val e a Odeon está distribuindo agora o número 1 de "Alto Falante", lançado por Edições Musicais Templo, tendo como responsável o jornalista Afonso Pena e na equipe de arte Caules e Henfil. Com notas informativas, críticas e entrevistas (no número 1 temos uma entrevista com Luiz Gonzaga (foto), de quem a Odeon acaba de lançar um LP e que no dia 29 estará em Curitiba, cantando para a população na concha acústica da Praça Afonso Botelho) "Alto Falante" se constitui em mais do que um simples jornal dirigido de uma gravadora, mas sim, também num veículo especializado e que interessa mesmo ao grande público, principalmente agora que "Rolling Stones", lamentavelmente, deixou de circular em sua edição em português.
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