No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de junho de 1988
Duas atrizes-ninfetas provocaram "frissons" em Gramado: Mariana de Moraes, que aqui esteve há 2 anos como revelação de "Fulaninha", de David Neves, e agora Cláudia, a neta da vovó Laura (Henriqueta Brieba) no belo curta "Histórias do cotidiano", de Regina Abreu e Noilton Nunes. A outra é Flávia Monteiro, de "A menina do lado".
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Ironia: numa mostra paralela, no cine Embaixador, depois de "Mar de rosas", de Ana Carolina - aqui presente, aproveitando para divulgar o seu filme (que estreou esta semana em Porto Alegre), foi exibido na tarde de quinta-feira "Romance", do paranaense Sérgio Bianchi. Na mesma hora em que no auditório do Centro de Convenções Serrano era apresentado "Bruxas", de outro cineasta paranaense, Mauro Faccioni Filho, de Apucarana, radicado em Florianópolis. Como muitos não viram ainda "Romance" - cujo corte na seleção oficial foi motivo de críticas - a sessão do Embaixador esteve lotada, levando inclusive dezenas de jornalistas que deixaram de conhecer assim o média de Faccioni, inspirado no universo fantástico do artista plástico Franklim Cascaes, em Florianópolis.
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A idéia levantada pelos jornalistas Rubens Ewald Filho e Edmar Pereira, do Jornal da Tarde, fãs de "Romance", na reunião dos críticos que, sábado, às 16 horas, escolheram o melhor filme: premiar "Romance", mesmo não estando na competição oficial. Seria uma forma de desagravo do corte feito ao filme de Bianchi - que, nestas alturas, está em Munique, onde seu filme (em parte rodado em Curitiba) representa o Brasil - e para onde viaja a atriz Inara Reis (que aqui está, como intérprete de "A dama do cine Shangai" e do curta "Três moedas na fonte", exibidos sexta-feira à noite), principal intérprete feminina do demolidor (e político) filme de Bianchi.
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Os filmes programados para os dois últimos dias - no caso, "Sonhos de menina moça", "A menina do lado" e "A dama do cine Shangai", foram prejudicados na divulgação e críticas na imprensa nacional, já que não houve tempo hábil para o despacho de registros mais pormenorizados sobre estas obras em competição.
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"O mundo perdido de Kozak", sobre o cineasta-antropólogo Vladimir Kozak (Bystrice, Checoslováquia, 19/4/1897 - Curitiba, 3/1/1979) realizado com muitas dificuldades por Fernando Severo, teve boa repercussão.
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O filme de encerramento, na noite de sábado, foi "Romance de empregada", de Bruno Barreto, até agora só visto na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, onde foi bem recebido, Produção de Luiz Carlos e Lucy Barreto, é o oitavo filme de Bruno, com elogiadas atuações de Betty Faria, Brandão Filho e Daniel Filho. O roteiro é de Nahum Alves de Souza, cenógrafo, diretor de teatro, dramaturgo e agora roteirista - múltiplo talento, irmão de Ney Alves de Souza, colunista de propaganda do Jornal Indústria e Comércio, em Curitiba.
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