No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de outubro de 1987
Wladimir Soares conheceu no Palácio Iguaçu dom Helder Câmara, ex-bispo de Olinda, que visitava na manhã do dia 5 o governador Álvaro Dias. Admirador do humanista religioso, Wladimir o abraçou e não teve dúvidas: pediu um autógrafo. "Foi, aliás, a primeira vez que pedi um autógrafo de alguém", comentaria depois.
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Muitos cinéfilos desdobraram-se para acompanhar as múltiplas programações da Mostra: as sessões de curtas e médias na Biblioteca e Lido; os longas; os tapes de ciência e tecnologia no CEFET e UFP e as mesas redondas. Mas o campeão foi o fotógrafo Demetrio Chaves, 28 anos, da revista "Quem": assistiu absolutamente todas as sessões. Alto, moreno, cabelos longos, Demetrio ganhou até um apelido "Tupac Amaru", devido sua semelhança com o personagem inca do belo filme peruano dirigido por Frederico Garcia.
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Na informal apresentação, no sábado, antes da exibição de "O País dos Tenentes", o cineasta João Batista falou sobre o seu novo projeto: "Vlado", longa-metragem sobre o jornalista Wladimir Herzog, que foi seu grande amigo e colega de redação. Já Berenice Mendes, cujo média "A Classe Roceira", premiado em Fortaleza, em agosto último, referiu-se ao projeto que se viabiliza cada vez mais: "O Drama da Fazenda Fortaleza", baseado no romance do professor David Carneiro. Uma idéia imediata de Berenice é realizar um curta-metragem sobre o professor David Carneiro, que aos 83 anos é o último remanescente de uma escola da intelectualidade paranaense.
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O clima da Mostra foi de congraçamento: cineastas, jornalistas e mesmo simples participantes tiveram uma semana de integração, trocando idéias, discutindo projetos numa promoção sem caráter competitivo e que ganhou aplausos gerais.
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