No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de janeiro de 1992
Só por sua elegância e bom senso o vice-prefeito e deputado Algacy Túlio deixou de levar ao público uma denúncia que poderia fazer o PDT iniciar 1992 com uma nova crise. É que o infeliz cartão de Natal em que um "colega parlamentar", obcecado pela ambição de substituir Jaime Lerner - de quem se diz "muy amigo" - distribuído a milhares de pessoas trouxe em seu texto além de uma clara mensagem política (numa ofensa ao espírito cristão do Natal) também, diretamente, uma agressão a Algacy Túlio, quando, tomando para si, todas as glórias da vitória de Jaime Lerner na campanha de 1988, afirma que graças a "nossa" (?) campanha vitoriosa foi possível "salvar Curitiba da incompetência".
A agressão tem alvo certo: quem era candidato pelo PDT à Prefeitura - com chances inclusive de vitória - era Algacy, que generosamente e mostrando grande espírito partidário, renunciou em favor de Lerner. Razão mais do que suficiente para legitimar, totalmente, agora, a sua disposição de disputar a Prefeitura.
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O mais grave, porém, só deixou de ir ao ar nas televisões do Paraná graças a lucidez de alguns assessores de Jaime Lerner, que o alertaram (e foram atendidos) da grande crise política que seria criada, se o mesmo ambicioso deputado (Greca de Macedo) tivesse concluído o projeto natalino. É que o deputado procurou o videasta Carlos Deirô, responsável pelo setor de vídeo da Secretaria da Comunicação da Prefeitura, determinando-o (o que é estranho, já que o mesmo não lhe é subordinado) a montagem de um clip em que aparecia ao lado do prefeito Jaime Lerner em várias inaugurações. O que seria uma clara veiculação política, utilizando imagens, equipamentos e pessoal especializado da Prefeitura em benefício pessoal. Quando Lerner viu o problema que seria criado com mais esta agressiva interferência do seu muy amigo deputado - que aliás há anos só lhe provoca situações constrangedoras - não teve dúvidas: proibiu qualquer utilização de material oficial da Prefeitura. Ao menos enquanto a situação de sua sucessão não for claramente definida.
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