A noite de Charles Degula
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de dezembro de 1989
Quando o secretário Renê Dotti, da Cultura, subiu ao palco do Clube Concórdia, na noite de quarta-feira, 20, e enalteceu Charles Degula, não só como "uma pessoa cuja sensibilidade sabe os caminhos do paladar mas também da criação artística" estava certo. Afinal, se Charles Degula é, há dois anos, o conhecido gourmet que dominicalmente fala das delícias da cozinha em suas páginas coloridas deste "Almanaque", Alexandre Krasinski, 44 anos, como bom filho de eslavos, sempre foi um apreciador da música erudita. E assim a fusão de boa comida e música de qualidade sempre fizeram parte de seu cardápio. Degula e Krasinski são a mesma pessoa.
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Mesmo realizada numa semana de múltiplas festas, "Uma noite no século 19", foi uma prova do prestígio de Charles Degula. Inúmeros nomes-notícias, amigos e personalidades - como o vice-governador Ari Queriroz, o secretário da Cultura Renê Dotti, deputado Airton Cordeiro e Paulo Pimentel, o promotor Luiz Chemin, Procurador Geral da Justiça, entre muitos outros.
No intermezzo entre o concerto da orquestra Os Solistas do Guaíra e jantar preparado pelo Hippocampo, a política e a cultura ocuparam o tempo de muitas rodas. O secretário Renê Dotti, por exemplo, voltava a convidar o maestro Norton Morozowicz para coordenar uma programação cultural nos meses de janeiro e fevereiro. Este ano, inteligentemente, a pasta da Cultura não vai desperdiçar recursos em programas no Litoral, oferecer boas promoções em Curitiba, especialmente nos auditórios da própria Secretaria.
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Com 15 integrantes, Os Solistas do Guaíra, fizeram uma apresentação que mereceu aplausos justificando um bis. Abrindo com o concerto para orquestra de cordas e violoncelo de Luigi Boccherini (1743/1805), com destaque do coordenador-regente, violoncelista Matias de Oliveira, teve a "Sinfonia Holbert", de Edvard Grieg (1843-1907), composta em 1884, na segunda parte. Um dos destaques da orquestra - com músicos de talento e que se bem ensaiada e preparada, poderá fazer sucesso no futuro - foi a excelente violinista Maria Esther Brandão, spalla na noite.
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Depois da viagem ao tempo da música clássica, o repertório internacional do Sam Jazz Quinteto, embalando danças. De standards da época das big bands, passando por hits como "New York, New York" e "I Left My Heart in San Francisco" até, num roteiro ao contrário, fazendo com que ao balanço de "Rock Around The Clock" (Bill Halley, 1952), pés-de-valsa como o arquiteto Fernando Carneiro e a vereadora Rosa Maria Chiamulera mostrassem estar em plena forma, dando um show de rock como nos tempos da Curitiba dos chás-dançantes de engenharia e das matinées do cine Ópera.
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