O bom trabalho do Instituto Gaúcho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de fevereiro de 1987
O Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore vem desenvolvendo há anos um trabalho modelar em termos de pesquisas e edições. Desde os tempos em que Paixão Côrtes ocupava sua direção técnica, vem publicando ensaios, estudos e antologias em suas coleções Continentia, Esparsos e Cadernos Gaúchos. A saída de Paixão não interrompeu o trabalho, graças à presença segura de Edson Otto, diretor administrativo da instituição mas que, como pesquisador, cantor (vencedor de várias califórnias da Canção) e apaixonado pela boa música nativista, dá seqüência ao trabalho do IGTF que hoje tem um reconhecimento nacional.
No final do ano passado, a Estante Continentia foi enriquecida com mais um ensaio - "Cezimbra Jacques, O Precursor", de Getúlio Schilling. Biografando um dos pioneiros do nativismo gaúcho, nascido em 1849, em Santa Maria, este volume traz uma importante contribuição para se entender melhor o movimento de raízes culturais que, hoje graças à força dos festivais musicais realizados a partir de 1970, em Uruguaiana - atingem todo o Rio Grande do Sul e fez as novas gerações se voltarem para a importância das tradições do Cone Sul. Um movimento que ultrapassa as fronteiras gaúchas e atinge agora também o Paraná, do que é prova o festival "Cante Terra", que Edson Otto ajudou a organizar, no ano passado, em Campo Mourão - e cujas 12 músicas finalistas sairão em LP, pelo selo Discoteca, de Porto Alegre com produção de Airton dos Anjos.
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O Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore editou também um compacto simples, em produção de Airton dos Anjos, quando este ainda atuava na Sigla/RBS (agora dirige artisticamente a produção da Continental no Sul), com o Hino do Sesquicentenário da Revolução Farroupilha. com letra de Jair Ferreira e música de Marcos Virmond, esta gravação teve a participação da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, regida pelo maestro Arlindo Teixeira.
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