A oposição a Requião começa na Prefeitura
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de junho de 1986
Pelo visto, o prefeito Roberto Requião está enfrentando uma nova frente de oposição: a própria Associação de Servidores Municipais de Curitiba. Basta a leitura do número 14 do boletim da ASMUC para sentir que o presidente Florisvaldo Fier (Rosinha) anda meio brabo com o alcaíde.
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Na página 3, toda a página é dedicada a criticar o prefeito Requião em relação a questões salariais dos servidores municipais. O texto começa dizendo: "Estamos vivendo o 5º mês da adminsitração Roberto Requião. Muita coisa mudou e em nosso entender alguns equívocos foram cometidos. O próprio prefeito, em reunião recente, admitiu que tinha cometido alguns, e visando corrigí-los no dia 1º de maio, em público, no Parque São Lourenço, declarou que vai corrigir alguns de seus atos e pagar o que é justo para os trabalhadores.
O principal equívoco do prefeito é ter uma prática autoritária, não ouvindo os representantes da categoria. É bom que se saiba, ninguém é o iluminado e dono de toda a verdade. A democracia se faz ouvindo e discutindo os problemas. Autoritariamente o prefeito desrespeitou conquistas anteriores da categoria, como o vale-refeição, a economia salarial e o piso salarial de 2 salários mínimos".
E o editorial segue adiante, fazendo várias denúncias contra Requião - que, pelo visto, na área interna da Prefeitura, está com Ibope em decadência.
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Na "coluna livre", na última página do Boletim da ASMUC, Joaquim Macalossi, demitido violentamente da Secretaria da Administração devido ao encaminhamento do projeto que iria criar 4 mil empregos, faz a sua defesa. Repete aquilo que, em abril último, já havia declarado aos jornais e deixa claro que hoje é inimigo de Requião, lamentando especialmente o modo pelo qual foi afastado da Secretaria de Administração, reconhecendo ao final:
- "O 'estardalhaço' feito sobre o caso, procurando tirar dividendos políticos através dos jornais e da TV (sem que tivéssemos cometido qualquer irregularidade) muito nos prejudicou profissional e politicamente.
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A propósito, Joaquim Macalossi estaria sendo sondado para se filiar ao PDT ou PDS. Não se sabe se aceitou o primeiro convite que lhe foi feito mas já prometeu apoiar os candidatos que se alinharem numa linha anti-Requião, seu ex-correligionário.
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