Outro Barnabé. Agora a vez do mano Paulo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de fevereiro de 1986
Há anos que Paulo Barnabé, guitarrista, vem acompanhando seu irmão, Arrigo. Agora, quando o irreverente e criativo compositor londrinense já obtém a consagração como autor-maldito e firma-se como ator - depois de "Nem Tudo é Verdade", de Rogério Sganzerla (no qual interpreta Orson Welles) e o recém-concluído filme de Chico Botelho - o mano Paulo também decidiu fazer um vôo solo. Associando-se a dois amigos - o guitarrista André Fonseca e o baterista James Muller, Paulo Barnabé gravou no final do ano passado um lp independente ("Patife Band"), com apenas seis faixas. Irmão e influenciado por Arrigo - parceiro inclusive em duas faixas ("Pesadelo" e "Tô Tenso", nesta também com a participação de Itamar Assumpção, outro vanguardista da Paulicéia Desvairada que saiu de Londrina), Paulo fez um lp criativo. Além das suas próprias composições - "Pregador Maldito" e "Peiote", e das parcerias com o mano Arrigo, Paulo decidiu decodificar anarquicamente dois temas conhecidos: "Tijolinho" (Wagner Benai), que foi um hit da maior ingenuidade na Jovem Guarda e o clássico "Noite Feliz" que no arranjo mostrado pelo trio deve ter feito Franz Gruber revirar na tumba.
Paulo Barnabé tem força e criatividade mas é difícil, naturalmente carregar o estigma de ser irmão caçula de Arrigo, hoje um vanguardista (bem) aceito mesmo em áreas conservadoras. Mas ele foi à luta, bancou este lp e está aí buscando seu próprio caminho. Muito bem!
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