O vanguardista Arrigo que saiu de Londrina
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de julho de 1984
Anoten para conferir: em breve, Arrigo Barnabé será tema de tese acadêmica interpretando sua participação no processo de re(volu)novação da música brasileira nos anos 8. Para este londrinense gentil e educado, que em quase 5 anos de carreira só agora tem um segundo elepê na praça ("Tubarões Voadores". Ariola/-Barclay) por certo será um reconhecimento antecipado a toda uma imensa dose de criatividade e inovação. Com "Clara Crocodilo", produção independente que se tornou realidade há 3 anos graças ao entusiasmo de seu amigo e produtor Robinson Borba, Arrigo foi colocado nas alturas por uma faixa de público - e ganhando um espaço nacional raras vezes dando a outro artista brasileiro, da área popular, Ao fazer um disco pela barcley, Arrigo exigiu a reedição de "Clara Crocodilo", e teve amplas condições de trabalhar em "Tubarões Voadores, com calma, participações especiais (Rita Lee e Paulinho da Viola, entre outros), ótimos músicos e o número de horas de estudo que necessitou - o que, obviamente, em sua primeira produção não era possível.
O resultado é um álbum que lançado paralelamente a estréia de seu espetáculo em são Paulo começa a provocar discussões, polêmicas e interpretações, Arrigo é um compositor de sólida base musical, que faz uma vanguarda concientemente. Trabalhando com diferentes parceiros - o cartunistas Luiz Gê, o irmão Paulo, Bozo Barretti, Carlos Renó, Eduardo Gudim, Roberto Riberti e até Paulinho da Viola (que fez de "Crotalus Terrificus"), Arrigo justifica, como dissemos, acima interpretações bem aprofundadas, Ouvi-lo é um exercício especial, para captar e entender todas as sutilezas e propostas sonoras. Permite aproximações com exemplos de vanguardas internacionais, nos remete a citações e, sobretudo, é um motivo de orgulho paranista. Por isto, aqui fica apenas o registro: já está nas lojas "Tubarões Voadores", o segundo disco do paranaense Arrigo Barnabé.
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