PARANAENSES
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de setembro de 1983
Em 1980, a única e grande revelação da música popular brasileira foi o londrinense Arrigo Barnabé. Com (certa) formação erudita e uma grande criatividade, este ex-estudante de arquitetura balançou o coreto das vanguardas.
"Clara Crocodilo", produção independente realizada graças no verdadeiro heroismo de Robinson Borba, também londrinense e o primeiro a acreditar no talento de Arrigo, foi incluído corno o disco do ano. Em 1981, entretanto, passados três anos e múltiplas experiências – uma transposiçao ao ballet de "Clara Crocodilo" participação no festival de jazz em Berlim , há alguns meses a produção de discos, (como o de Eliete Negreiros e Eliana Estevão) além de um afastamento do estafante mundo do show bussines, não fez com Barnabé ainda encontrasse uma aproximação com um público maior do que a jovem audiência que aprecia sua vanguarda. Fã de Orlando Silva, sensível modinheiro, extremamente inteligente, Arrigo tem, entretanto, amplas condições de chegar a faixas bem mais ampla. Consciente e honesto, procurou aprimorar-se musicalmente antes de voltar a arena. E fez isto através da Ariola, para a qual está preparando um novo disco - sem data ainda de lançamento. Exigiu, entretanto, em assinar o contrato, que a Ariola reeditasse "Clara Crocodilo" na qual acompanhado pela Banda Sabor de Beneno, apresenta um dos trabalhos mais incríveis e pessoais dos últimos anos. Só se pode repetir o que a escrevemos aqui anteriormente: Arrigo não é, no menos neste primeiro trabalho, um compositor-interprete pira ser consumido facilmente. Propositalmente sua vanguarda - calçada em conhecimentos de musicais clássica e uma declarada paixão por Erik Satie (1866-1925) propõe idéias sonoras e serem analisadas e curtidas por muito tempo.
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