Chapelin fica na TV-S mas renova a produção
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 18 de setembro de 1983
Confirmado: Sérgio Chapelin, a mais expressiva figura de animador revelada, nos últimos tempos no Brasil, permanecerá mesmo no SBT (Sistema Brasileiro de Televisão ). O millonário contratado que trocou os videos globais para comandar, através da TV-S - Canal 4, de São Paulo - o programa "Show Sem Limite" (no Paraná, peía TV Iguacu em Curitiba, e TV Tibagi, em Apucarana, terças-feiras, ás 21h2Omin) vinha se manifestando extremamente contrariado em herdar um programa que já pertencera ao animador J. Silvestre (agora, na Bandeirantes) - com velhos e repetitivos quadros, alguns dos - áureos - tempos do saudoso Manoel de Nóbrega. Chapelin sempre tivera, como propósito, um programa mais próximo da realidade brasileira de nossos dias, mais descontraido e ameno, mais jovial, musical e menos rançoso.
Com várias redes de TV de olho na eventual saída de Sérgio Chapelin, da TV-S dispostos inclusive a cobrir a rescisão contratual do animador (algo em torno de Cr$ 100 milhões), o SBT teve atitude das mais inteligentes: uma nova supervisão, direção e produção para o programa "Show Sem Limite" que buscará, já a partir do final deste mês, um programa à altura da (sóbria) figura do jovem animador.
Já o jornalista paranaense Wilson Bueno, 34 anos, recentemente convidado através do alto salário, pelo próprio Chapelin, a integrar a equipe do programa - foi um dos primeiros esforços do animador no sentido de retrabalhar o programa. Fechando com seu amigo Sérgio Chapelin neste propósito, Wilson Bueno, depois de dois meses a fio de trabalho, em São Paulo, preferiu solicitar demissão da equipe que até então vinha produzindo o "Show Sem Limite" - para que o animador (a quem conhece há mais de dez anos) se senti-se à vontade em suas reivindicações, segundo ele, fundamentais, junto a alta direção da rede de Silvio Santos.
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Apesar de ser indicado natural a integrar a nova equipe que fará de "Show Sem Limite " um programa inteiramente renovado (como era o insistente propósito de
Chapelin e do próprio Bueno), o jornalista paranaense, segundo confeasa, reaolveu encerrar de vez esta "aventura paulistana..".
Alguma coisa, conforme diz Bueno, pode contudo, ser feita, apesar de todas as limitações impostas pela afastada direção do programa - como a própria caricatura do quadro "Esta é a Sua Vida", tendo como personalidade Henfil (quando do lançamento de seu livro "Diário de um Cucaracha", Record), oportunidade em que puderam entrar, no palco do Teatro Silvio Santos, pela primeira vez, gente tão diversa quanto a atriz Ruth Escobar, Francisco Julião, Dom Paulo Evaristo Arns, o jornalista Mauricio Azedo (agora presidente da Câmara de Vereadora do Rio), o celebrado , irmão do Henfil" - Herbert de Souza (exilado durante anos devido suas atividades políticas revolucionárias e citado em "O Bêbado e o Equilibrista", de João Bosco/Aldir Blanc), e até o secretário de Justiça de São Paulo, o jurista José Carlos Dias, além de dona Maria da Conceição, a mãe do cartunista brasileiro.
Tambérn houve a introdução no programa de artistas até então vetados - como as Frenéticas, Almir Satter (a maior revelação da música do Centro-Oeste), a cantora Joana, cenas da montagem de "O Grande Circo Místico" e muitos outros.
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Agora retornando a Curitiba e a sua (inseparável) Vila Tingui, entre seus livros; a correspondência, só agora retomada, com quase uma dezena de importantes nomes nacionais da literatura brasileira; de volta à sua família, Wilson Bueno está firme no propósito de permancoer na cidade - o que não deixa de ser enriquecedor para todos. Explicando a recusa em continuar na "Paulicéia Desvairada", com um altíssimo salário e vir para Curitiba, sem maiores perspectivas de emprego imediato, Wilson se confessa "um incorrigível provinciano", dizendo:
- Prefiro Cr$ 100 cá do que Cr$ 1 milhão em São Paulo. O que quero é sossego e paz de espírito...
Os out-doors da cidade estão sendo cada vez mais programados para avisos não convencionais. Da romântica campanha de amor do Jovem arquiteto, no ano passado, que ganhou espaço na imprensa nacional, na busca de sua bem-amada (e
que apesar do aparente "happy end", na verdade não teve bom desenlace) chegamos agora ao informativo fúnebre. Na ultima quadra da Visconde de Nacar, entre as avenidas Vicente Machado e a Rua Emiliano Perneta, um dos painés da UP foi reservada para um grande aviso de missa pelo 1' aniversário de Zeferino Pires Barbosa. Naquele mesmo espaço, em 1972, foi feita a primeira experiência de decoração paisagistica de um velho paredão - num projeto coordenado pelo artista plástico Ivens Fontoura, hoje no México.
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