Quatro paranaenses ressuscitam 7 dos melhores poetas do mundo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de outubro de 1991
Uma idéia original e uma resultado dos mais interessantes: quatro jovens poetas da cidade decidiram homenagear sete grandes poetas da humanidade trabalhando sobre seus originais produziram suas versões. "Os Catalépticos" (Lagarto Editores, 56 páginas, agosto/91) é um lançamento que deve merecer atenção de quem sabe se debruçar e analisar os trabalhos de nossos poetas - como o sempre arguto Hélio de Freitas Puglielli, que além de (ótimo) poeta é (excelente) crítico.
O livro inicia com Roberto e Marcos Prado, Sérgio Viralobos e Thadeo Wojciechowski debruçando-se sobre "A divina comédia" para, em 21 páginas darem em "Todo o Inferno" uma releitura de Dante Alighieri (1265-1321). Em seguida, é o irlandês William Butler Yeats (1865-1939), seguido dos franceses Arthur Rimbaud (1854-1891) e Charles Baudelaire (1821-1867). Luiz Camões (1525-1580), William Shakespeare (1564-1616) e Edgard Alan Poe (1809-1949) surgem em seguida. O sétimo poeta que os jovens bardos curitibanos revisam é o pouco conhecido polonês Adam Mickiewicz (1790-1855).
Numa excelente editoração - belas ilustrações (pena que não haja créditos ao autor), "Os Catalépticos", como proposta de livre adaptações de poemas de autores consagrados numa releitura up to date - é obra merecedora de atenção. Na introdução, a explicação do título: "Os Catalépticos" são os que morrem e, algum tempo depois, voltam. Normalmente eles são enterrados vivos. "Pretendemos, com esta obra, não só enterrá-los mais uma vez como também fazê-los rir a mortalhas despregadas. Não se fala aqui de uma tradução ipsis literaris. São apenas novos mesmo poemas".
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