Quem diria, Curitiba sócia da Embrafilme?
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de junho de 1990
Curitiba é uma das sete capitais nas quais a extinta Embrafilme tinha escritório - aliás ainda não desativado totalmente. Portanto, o prefeito Jaime Lerner terá que em breve, dar sua opinião em torno de um projeto de lei apresentado pelo vereador carioca Francisco Milani (PCB -RJ) que propôs que a empresa fosse transferida da União para a prefeitura do Rio com a participação acionária em 51% e 49% distribuídos "pelos sete municípios onde a Embrafilme tem escritórios e pelos realizadores, funcionários e interessados".
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Sérgio Cabral, jornalista, ex-secretário municipal de Esportes do Rio de Janeiro e novamente vereador (PSDB) é um dos que apoiam este projeto, que, obviamente tem pouquíssimas chances de ser viabilizado. Na semana passada, o liquidante da Embrafilme, Amerindo Vanderlei da Silva, consultor da dívida pública do Banco Central, começava a trabalhar na missão de acabar com a empresa estatal.
Que tem como último presidente, apenas neste período-tampão, o cineasta Adnor Pitanga, alagoano, que em 1972, realizou um bom documentário sobre a experiência urbanística de Curitiba que Lerner iniciava. Um filme, aliás, pelo qual a Prefeitura nada pagou - conforme aqui já registramos.
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Consta que o Estado do Paraná também teria algumas ações na Embrafilme. Com isto, teria direito a ter voz na assembléia geral de sua extinção. O secretário René Dotti, da Cultura, indicou a cineasta Berenice Mendes, para representar os interesses do Estado neste caso. Só que não houve nenhuma assembléia para o assunto ser discutido. Advogada, boa oradora, ex-presidente da Associação Brasileira de Documentaristas-PR, Berenice tem condições de ao menos discutir a questão em qualquer fórum. Desde que este aconteça.
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