Ray e Garcia, os novos que chegam
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de novembro de 1987
Totalmente desconhecido no Brasil até há quatro meses, quando a CBS lançou seu álbum duplo, gravado ao vivo há um ano, Stevie Ray Vaughan e o grupo Double Trouble surge na linha Blues, como representante de uma nova geração. O interesse pelo Blues - aumentado após os quatro magníficos álbuns duplos que a WEA/Atlantic aqui colocou nos últimos meses, valendo por uma verdadeira iniciação a este gênero de tamanho vigor - faz com que Stevie Ray Vaughan mereça atenção. Afinal, nos EUA seu prestígio é grande: já ganhou vários Grammys e foi consagrado melhor instrumentista do ano inúmeras vezes pelas mais importantes revistas especializadas.
Texano de Dallas, após passar a adolescência e juventude integrando grupos regionais, há 5 anos chegava ao festival de Montreaux, onde impressionou David Bowie ao ponto deste convidá-lo para participar do lp "Let's Dance" (83). No ano seguinte, fazia seu álbum "Texas Flood" (agora editado no Brasil pela CBS) que lá vendeu mais de mil cópias e teve várias indicações ao Grammy. A carreira prosseguiu e em outubro de 1984, chegava ao Carnegie Hall e ganhava novos prêmios. Veio então "Soul To Soul", seu terceiro álbum (85), agora colocado no Brasil.
Em breve, deve sair a trilha que compôs para o filme "Gung Ho", de Hon Howard, pois o seu prestígio está em ascensão.
Enquanto o texano Stevie Ray Vaughan começa a ser consumido, finalmente sai também pela CBS o primeiro disco no Brasil de Charly Garcia, nome maior nas correntes rock-jazz na Argentina. Criativo e original, com vários elepês premiados em seu país, Garcia só agora começa a penetrar no mercado brasileiro - fazendo shows, tentando uma vaga no próximo Free Jazz e com um álbum ("Parte de La Religion"), gravado em parte no Rio de Janeiro e buscando, astutamente, participações capazes de lhe abrirem novos espaços: Herbert Viana, na guitarra e Barone, na bateria, do Paralamas doSucesso estão na faixa "Rap de los hormigas". No conjunto-base requisitou o experiente Chacal na percussão. Enfim, Garcia tem experiência musical e, com toda razão, está buscando seu espaço por aqui.
Enviar novo comentário