Renato Teixeira.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de agosto de 1980
É IMPORTANTE o sucesso de compositores - interpretes como Renato Teixeira, de quem temos agora o terceiro elepe.
Representa a aceitação por camadas urbanas, especialmente jovens e universitários, de um criador que entre tanto som (dito) "universal" (sic), imposto pelas multinacionais do consumo (fonográfico), vai buscar no campo, entre a gente simples, a inspiração para suas músicas líricas e densas. Desde quando fez um elepe-brinde para Marcus Pereira, então apenas publicitário, já admiravamos este paulista santista, criado em Ubatuba e Taubaté, onde aprendeu a amar a música rural. Em São Paulo, em 1967, já classificava "Dadá Maria" na 3a edição do Festival de MPB da Record (mais tarde a música seria gravada por Clara Nunes e Silvio Cesar). No ano seguinte, com Beto Ruschel, teve "Madrasta" (parceria com Beto Ruschel, filho do astro de "O Cangaceiro") defendida por Roberto Carlos no IV FMPB-Record. Mas o sucesso popular só viria com a gravação de "Romaria", por Elis Regina. Renato Teixeira lembrar-me muito ao nosso Marinho Galera, paulista de Araraquara: bom compositor, bela voz, seguro e honesto. E principalmente valorizando as raízes rurais, tão necessárias de serem melhor estudadas (e respeitadas), especialmente quando o "country & western" americano (ou seja, o caipira da matriz) chega em doses cavalares. Caipira por caipira, fico com os nossos - desde que autêntico. Renato Teixeira - a exemplo de Ruy Maurity e Eustaquio Senna, com elepes recentemente lançados (pela Sigla e CBS, respectivamente) canta o interior, fala de coisas simples. Com ternura, amor e muita competência.Por isso é importante ouvir o seu disco e prestigiar o seu trabalho. Só esperamos que o moço decida aparecer ao vivo, por aqui. Afinal, está na hora de começar a viajar!.
LEGENDA FOTO 1 - Renato Teixeira.
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