Samba paranaense
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 22 de maio de 1974
Dois paranaenses em destaque no último suplemento da Odeon, uma das gravadoras brasileiras que mais prestigia os intérpretes-compositores brasileiros. O advogado Carlos Eduardo Mattar, assessor do Tribunal de Contas e professor do Instituto Camões, compositor carnavalesco que há dezoito anos é responsável pelos sambas-enredos do embaixadores da Alegria, teve uma de suas músicas - "Quermesse", gravada por Ivon Curi, num compacto simples que, graças à comunicabilidade do veterano intérprete (45 anos, 27 de carreira artística), tem, condições de promovê-lo nacionalmente. Mattar tem mais de trezentas composições, a maioria sambas carnavalescos - gênero em que é um dos maiores expertos no Brasil, conhecendo, da memória, praticamente todos os sucessos que apareceram a partir do início do século. Já Adelzon Alves, durante vários anos redator do departamento de notícias da antiga Guairacá (hoje Iguaçu), a partir de 1964 na Guanabara, onde dse firmou como disc-jockey de grande Ibope no horário da madrugada da Rádio Globo e produtor da Odeon, lança mais um grupo de sambistas de valor no álbum "Quem Samba Fica? (Fica)". A exemplo do primeiro disco da série, feito há três anos, na mesma fábrica - e onde deu a primeira chance a compositores-cantores hoje já conhecidos (João Nogueira, Roberto Ribeiro, Haroldo Melodia), Adelzon apresenta agora quatro novos intérpretes de grande sensibilidade - Wilson Moreira e Casquinha, da Portela; Sidney da Conceição, do Estácio e Flávio Moreira, da Imperatriz Leopoldinense, além de uma sambista - Ivone Lara, saudada entusiasticamente como uma sucessora da lendária Clementina de Jesus, 72 anos, lançada há nove anos no "show" "Rosa de Ouro", pelo poeta Hermínio Bello de Carvalho - hoje bastante doente.
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