Stephanes deixa INPS
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de março de 1978
Até o final de abril o economista Reinhold Stephans, 38 anos, deixa a presidência do Instituto Nacional da Previdência Social, para se desincompatibilizar e disputar uma cadeira na Câmara Federal. O seu sucesso já foi escolhido: será o almirante Gerson Coutinho, oficial-médico da Marinha, 68 anos, atualmente diretor da Central de Medicamentos do INPS. De principio não deverá haver modificações na estrutura previdenciaria, já que o almirante Coutinho integra a administração de Stephans e tem um posicionamento bastante independente.
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Sábado, uma churrascada na residência de um amigo, marcou de certa maneira o lançamento da campanha de Reinhold Stephans. Mais de 50 amigos foram levar o abraço e idéias para a campanha, que está sendo muito bem estruturada, para dar a Stephans uma das maiores votações da arena. De posição independentes, sem atritos em nenhuma área, Reinhold vai dobrar com vários candidatos a deputado estadual, em todo o Paraná, garantindo assim uma votação expressiva. Em Curitiba, por exemplo, será companheiro de José Domingos e Accioly Neto Londrina, será com Rubem Valduga, ex-secretário da Assistência Social, advogado e que é uma das esperanças da Arena para enfrentar o cada vez mais fortalecido MDB da região.
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Stephans, que completaria em julho 4 anos na presidência do INPS - recorde de permanência naquele cargo, por onde, desde sua criação, já passou quase uma dezena de pessoas, deixa o Instituto bastante fortalecido. Conseguiu equacionar os mais difíceis problemas, uso de energia mas o seu trabalho foi reconhecido por todos. Economista formado pela Universidade Federal do Paraná em 1963, funcionário da Prefeitura de Curitiba - da qual foi diretor do Departamento de Fazenda, inspetor-geral de Finanças do Ministério da Agricultura e diretor do Incra, Stephans chegou à presidência do INPS com muita disposição de tentar implantar uma nova política administrativa. E, ao deixar o cargo, sente-se tranqüilo em ter visto o sucesso de suas metas, com a formação de quadros técnicos capazes, desentravamento da máquina burocrática e praticamente ter modificado, no que era possível, a imagem do órgão. Há muito, é claro, a fazer, mas os primeiros passos foram dados. E o resto, aliás, fica para quando for ministro. Da Previdência Social.
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Uma das boas chances que Reinhold tem em sua campanha é a facilidade de diálogo e vivência para debates. Desde seus tempos de líder universitário - foi presidente do Diretório Acadêmico Visconde de Mauá e fez política estudantil numa época efervescente (1960/63), sempre conseguiu sair-se bem, mesmo nas mais inflamadas e perigoso a discussões. Assim, com a experiência adquirida nestes últimos anos, Stephans tem condições para fazer excelentes palestras-debates com estudantes líderes comunitários, empresários etc. Basta que apareçam os convites que está à disposição.
INVASÃO FRANCESA
Nunca houve tanto interesse dos franceses em aprenderem português como nos últimos mes. Um professor catarinense, Valmor Cetzow, ex-secretário da Aliança Francesa em Curitiba, há 8 anos morando em Paris, tem lecionado para muitos franceses, dos mais endinheirados, que, derepende, acharam conveniente aprender a nossa língua. A razão é simples: com o crescimento da esquerda na França, são muitos os milionários que temem um avanço para o comunismo e a conseqüente necessidade que terão de deixar o País.
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Valmor Cetzow é professor numa academia para o ensino de línguas e também dá aulas particulares, já que muitos alunos são executivos bastante ocupados. Aliás, ele tem um método especial para o ensino do português, com o qual consegue preparar o interessado em menos de um mês. Fez isso ainda recentemente, quando um importante executivo de uma firma francesa com interesses no Brasil, necessitava vir para cá e sustentar uma importante posição comercial. Valmor fez um "tratamento de choque" e o francês desceu no Galeão falando o suficiente para resolver o negócio. E resolveu.
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