Suavemente...
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de janeiro de 1985
É tão reduzida a edição de discos orquestrais no Brasil que Paul Mauriat ocupa um lugar seguro. Habilidoso arranjador, com o feeling para oferecer ao público as músicas de destaque de cada semestre em suaves ornamentações, Mauriat é, há pelo menos dez anos, dono de uma faixa de consumidores que, no passado, garantia o êxito das orquestras de Mantovani, Billy Vaughan, Ray Connifff, André Kostalenetz e outros.
Entretanto, neste "The Seven Seas" (Philips/Poligram, novembro/84) nos deparamos com um Paul Mauriat bem mais gabaritado do que a série comercialíssimia que vinha fazendo – inclusive com apelações na inclusão de músicas brasileiras. Explica-se: não se trata de um único disco, mas sim uma compilação e montagem que Cidinho Cambalhota fez com base em diferentes discos, daí resultando um repertório de nível, que abre com um dos mais belos temas cinematográficos – "Against All Odds"( Phil Collins), do filme "Paixões em Fúria" e prossegue com composições de Elton John ( "Sad Songs"), McCartney ("So Bad/Pipes of Peace/Say Say Say"), Jin Steinman ("Making Love Out of Nothing at All"), Gazebo ( "I Like Chopin"), Lionel Ritchie ("Hello"), entre outros. O próprio Mauriat – compositor nem sempre dos mais inspirados – comparece com duas faixas no mínimo agradáveis: "The Seven Seas"e "You Flew Into My Life". Sonoramente agradável e profissionalmente correto.
Se Mauriat tem, ao longo de sua carreira, evoluído – embora sem abandonar os esquemas mercadológicos que lhe garantem aquela colhida tranqüila, Herb Alpert parece pensar que o público não se renova em suas exigências. Ao menos é a impressão que se tem ao ouvir "Bullish" (A&M/CBS), no qual o som da Tijuana Brass é no mesmo esquemático standard de quase 20 anos passados.
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