Teatro
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de abril de 1973
E` difícil dizer algo de novo a propósito de Nikolais Dance Theatler, principalmente quando se encontra ainda sobre o impacto de seu primeiro programa (sexta-feira, 20), que deixou sem palavras as pessoas de sensibilidade que foram conhecer a seu balé de vanguarda, no auditório do Guaíra. Acumulando a cenografia, música, cenários, figurinos, iluminação e projeções em seus espetáculos, Alvin Nikolais (foto), 65 anos, desde 1948 desenvolvendo um trabalho experimental no campo da dança, chega hoje talvez ao posto mais alto da criação - numa proposta totalmente diferente do que se tentou até hoje. Não é preciso ser conhecedor profundo de balé (como minha amiga Liane Frank, editora da coluna especializada "Arabesques", na Gazeta do Povo) para sentir a importância da vinda ao Brasil de um espetáculo como este Nikolais Dance Theate. Abertura que representa para nossos pobres (financeiramente, condições profissionais) bailarinos, limitados a fórmulas desgastadas e enfadonhas. Consideração "o mago da cor, da luz e do som", Alwin Nikolais oferece com seus 16 bailarinos um universo de cores-som, envolvendo artistas-espectadores numa atmosfera liduca, chegando as vezes a dar a sensação as pessoas de maior sensibilidade (emotividade) de ter mergulhados numa viagem, sein a necessidade do LSD ou qualquer outra droga. Uma prova de que som-luz-forma pode romper a delicado equilíbrio, a frieza-comportamento do público (pagante), burguesmente sentado numa poltrona, para uma comunicação, ao menos no campo visual-sonoro, com a criação-criador. Muitas sensações afloram a mente perante o Nikolais Dance Theatre. Uma delas, às vezes, foi a de que estava vendo um desenho (execultado discretamente na película) do canadense Norman McLaren, com roteiro do sueco Bergman.
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