Um Homem - Garcez, governador? (Ora, por que não?)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de agosto de 1986
Alberto Garcez Duarte Filho aceitou o desafio: é candidato ao governo do Paraná pelo Partido Social Cristão. Tem mais: acredita que sua participação não é apenas simbólica, de protesto ou para marcar uma agremiação política "de profundas convicções, uma filosofia e um plano de trabalho". Lembra o exemplo de Maria Luiza Fontanelle, que sem maiores recursos financeiros e através de um partido pequeno - o PT - surpreendeu nas eleições do ano passado e conquistou a Prefeitura de Fortaleza.
- "Afinal, Álvaro Dias identifica um governo do qual muitos se decepcionaram. E Alencar Furtado, com suas origens no PMDB, também não deixa de ser um segmento do mesmo partido. Logo, por que não lutar por uma nova opção?".
Além do mais, Alberto, de duas gerações de paranaenses - mas nascido em São Paulo ("porque meu pai, militar, ali servia em 1944"), acha que é importante alguém identificado com o Paraná e seu povo, disputar as eleições. Também experiência administrativa não lhe falta: advogado da turma de 1975 pela Faculdade de Curitiba e formado em Sociologia e Política pela Católica, em 1968, Alberto passou, nestes últimos 20 anos, por cargos de confiança em gabinetes das Secretarias da Justiça, Agricultura, Saúde e Educação, foi diretor da Paranatur, Assuntos Culturais, Teatro Guaíra, Promopar e Banestado-Processamento de Dados. Hoje, em sociedade com três amigos, tem uma firma de consultoria e também uma pequena agência de turismo - a Cosmotur.
Embora tenha sido filiado a Arena, não chegou a entrar no PDS. "Fiz a ficha mas o partido não registrou meu nome por desorganização". Assim, sentiu-se a vontade para participar, desde fins de 1984, da organização do Partido Social Cristão - pelo qual, inicialmente, deveriam sair candidatos como Candido Manoel Martins ou Oscar Alves, o banqueiro José Eduardo Vieira, o médico Félix do Rego Almeida e o editor Francisco da Cunha Pereira Filho foram outros nomes que, em seu entendimento, também seriam grandes alternativas para o governo. Nenhum aceitou e, assim, ele próprio decidiu correr o risco de uma eleição polarizada, a princípio, entre dois candidatos. Sem maiores recursos, uma estrutura mínima e a falta de maior experiência política não o desanimam. Quando tinha 19 anos, foi candidato a vereador em Rio Negro, pela UDN e obteve 72 votos. Há 14 anos, candidato a sucessão do engenheiro Ivo Arzua Pereira na presidência do Santa Mônica Clube de Campo fez 1.400 votos contra 600 obtidos pelo seu oposicionista, o advogado Clinio Lira. Alberto Garcez confia nos nomes dos 20 candidatos a deputado estadual e 4 a deputado federal pelo PSC. Entre eles, o ex-ministro Ivo Arzua, os radialistas Jorge Nasser e Luiz Carlos Martins - "capazes de surpreender".
Pai de três filhas, um neto, Garcez Duarte é otimista.
- "Uma eleição não se decide antes do dia do pleito. E é preciso ousar. Afinal, Tiradentes, Napoleão e Colombo também foram corajosos e idealistas!"
LEGENDA FOTO 1 - Garcez: sonhos com o Iguaçu.
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