Vocalista
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 29 de abril de 1979
É salutar - e estimulante - ouvir um cantor como José Domingos, que está sendo apresentado agora no explêndido lp "Quando eu me chamar saudade"(Chantecler/Alvorada, 2-10-407-237), título da música de Nelson Cavaquinho/Guilherme de Brito. Paulo Vanzolini, o clássico autor de "Ronda" e que deu uma nova composição para José Domingos - "Praça Clóvis", na nota de contracapa, é entusiástico na apresentação deste cantor que há 20 anos trabalha nas boites paulistas, onde, como diz a própria gravadora, em release promocional, "se escondem músicos e cantores em potencial". Ex-aeroviário, guardando uma experiência de ter passado por quase todas as boites paulistas, José Domingos, um crioulo que lembra física e vocalmente o grande Jamelão (José Bispo) faz neste seu elepê, produzido por Aluízio Pontes, uma espécie de revisão de sua vivência na noite: das 12 faixas, 4 são inéditas, de sua autoria ("Mais Uma Vez Adeus", "Quem Sabe de Mim", "Garrafa Vazia" e "Chave do Coração", está última em parceria com Jorge Costa). As demais são conhecidas, mas que adquirem em sua voz explêndida um ótimo rendimento: "Quando eu Me Chamar Saudade", "Samba da Rosa" (Jorge Costa/-Celso Martins), "Pedra Noventa" (Dora Lopes/Linda Rodrigues), "Sem Cordão" (Adauto Santos/Gilberto Karam), "Praça Clóvis" e "Ronda" (Vanzolini); "A Pedra Não Voa" (nanai/Rene Bittencourt). José Domingos, um cantor veterano, mas que só agora teve chance de mostrar todo o seu talento, que Vanzolini tanto curte nas noites paulistas, ao ponto de escrever: "Se der jeito, Domingos, conta ainda que a gente é em geral amigo, que gosta de cabeça , que e gente se lembra dos velhos, e dá sempre o seu a seu dono, e vai transando manso, gente da noite, que não se chama de irmão porque não precisa".
FOTO LEGENDA- José Domingos
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