Login do usuário

Aramis

Artigos por data (1984 - Dezembro)

Ney e Emílio, o canto de cada um

Durante alguns anos o Brasil ficou sem cantores. Com as patifarias que Wilson Simonal andou fazendo e que praticamente liquidaram com sua carreira, perdeu-se um bom cantor. Os autores passaram a ser os próprios intérpretes e reduziu-se, infelizmente, o número dos chamados canários - enquanto as cantoras se multiplicaram nestes cinco últimos anos. Felizmente, fortaleceram-se alguns talentos. Dois deles são Ney Matogrosso e Emílio Santiago.

Geléia Geral

Já houve época em [que] os versionistas deitavam e rolavam. Qualquer sucesso americano era logo traduzido e gravado pelos intérpretes da moda. Hoje, já não há tantas versões - e estas acontecem mais para os chamados intérpretes bregues. Entretanto há quem ainda acredite na fórmula e o exemplo disto é Caio Flavio, cantor que fez um elepê exclusivamente com versões - assinadas por ele em parceria com L.C. Maluly. xxx

Afinaldo Neil

Em cerca de duas décadas de atividades, o cantor e compositor Neil Diamond (Brooklyn, Nova Iorque, 1942) se consagrou como um dos artistas mais importantes da música pop internacional. Começou sua careira em seu bairro natal e aos 16 anos já perambulava com sua guitarra pelos bares e clubes de Coney Island. Em 1966, com "I'm A Belivier", gravada pelos Monkees, Neil obteve o seu primeiro sucesso. Outros êxitos se sucederam, "Kentucky Woman", "Sung Sung Blue", entre outros. Chegaria também ao cinema, como autor da trilhas sonora e intérprete da refilmagem de "The Jazz Singer".

O mundo profundo de Joseph Conrad

Coube ao [curitibano] Roberto Muggiati, diretor da "Manchete" e um dos mais cultos jornalistas brasileiros, lembrar ao editor Caio Graco, da Brasiliense, da importância da obra de Joseph Conrad (Teodor Józef Konrad Korzeniowski Berditchev, 1857 - Bishosbourne Kent, 1924). Descendente de família aristocrática, emigrado por causa da opressão czarista, tornou-se capitão da marinha Mercante inglesa, que o atraiu pelos valores de coragem e disciplina. Retirado do serviço ativo, começou a escrever em inglês, que ainda não dominava bem, chegando z se um dos maiores escritores da língua inglesa.

O romance de Louys que Buñuel levou ao cinema

Uma nova editora começa a aparecer em destaque: a Marco Zero. Tendo o escritor amazonense Márcio Souza, a nova casa publicadora está deslanchando no Ranking editorial com livros de grande presença. Poesia e prosa, ficção e ensaios em sua ampla linha editorial - que inclusive se abre para autores paranaenses como Manoel Carlos Karam, que há 3 semanas assinou contrato para que o seu aguardado romance saia pela Marco Zero. O último romance de Márcio de Souza -" A Condolência", já vendeu 50 mil exemplares e teve seus direitos de publicação adquiridos nos Estados Unidos e na Alemanha.

Os filmes síntese do universo de [Hitchcok]

COM lançamento de "Festim Diabólico" (Cine Lido I) e "A Janela Indiscreta" (Cine Condor), mais dois importantes filmes do mestre Alfred Hitchcock (1899-1980) chegam para que novas platéias conheçam momentos da melhor voltagem criativa do chamado mestre do Suspense e, os mais velhos, possam reavaliar até onde a força do velho inglês resiste ao tempo.

Lerner & Mônica

O arquiteto Jaime Lerner ficou satisfeito ao saber que o desenhista empresário Maurício de Souza vai convidá-lo para o grupo de planejamento da "Cidade das Três Idades", grandioso projeto de uma espécie de "Monicaland" que começa, em breve, a ser implantada no município de Cornélio Procópio. Conforme aqui noticiamos - o projeto do criador da turma da Mônica será desenvolvido em associação com um grupo canadense e prevê um investimento acima de US$ 50 milhões.

Quem pode presidir a Câmara Municipal?

Ante o natural entusiasmo pela sucessão presidencial e, em menor escala, pela renovação da mesa diretor da Assembléia Legislativa, os editores políticos parecem relegar a um terceiro plano as eleições na Câmara de Curitiba. Entretanto, os vereadores estão se mobilizando em frentes e agrupamentos, embora, até o momento, não haja definições maiores.

Os (z)Heróis de Otávio

"Na rua, o corpo oscila: mesmo sem rumo certo sempre chega onde precisa. Está começando, muita coisa interessa. Fala alto, ri, na madrugada, tudo considerado com a mesma paixão. Os outros, também eles, tem olhos brilhantes. E nenhum a pele é gasta nem as faces tem marcas, ainda". ("Uso da Pólvora", Otávio Duarte).

Jeitinho brasileiro

Phil Young, double de professor de inglês e requisitado cantor, leva anualmente, nas feiras escolares, seus alunos para cursos de verão (e inverno) na Embry-Riddle Aeronautical University, em Daytona Beach, Flórida. Os alunos ficam hospedados em residências de famílias, dentro de um programa de integração que tem sido dos mais bem sucedidos.

Faria vai dirigir as "Mulheres de Antenas"

SE a burocracia e má vontade não trabalharem, um bom talento do cinema e do teatro brasileiro vai desenvolver importante trabalho artístico, no Paraná, em 1985. André Faria, 40 anos, paulista de Oswaldo Cruz, mas que morou algum tempo em Curitiba, quando estudante, nos anos 60, aceitou o convite do produtor Júlio Kruguer para dirigir a produção de comerciais e video-tapes para a Guaíra - agora em fase de renascimento - pela possibilidade de, paralelamente, voltar a fazer teatro.

Está no ar ...

O deputado Erwin Bonkoski vendeu por Cr$ 280 milhões a sua FM-Metropolitana. O comprador foi um grupo representado no Paraná pelo sr. Orlando Negrão, que já é titular da Rádio Nova, de São José dos Pinhais. Consta que representa os interesses da Antena 1, FM que conseguiu o primeiro lugar da audiência em Curitiba, com uma programação na faixa jovem . Há 2 anos, logo após sua eleição para a Assembléia (com a maior votação do Estado), Erwin havia vendido - então por Cr$ 100 milhões - a rádio Cultura. O comprador foi o empresário Bento Chimelli, proprietário também da "Folha de Curitiba".

No campo de batalha

Geraldo Flach, pianista, compositor e um dos mais requisitados arranjadores de Porto Alegre, está na cidade desde ontem. De amanhã a domingo faz três apresentações no Teatro do Paiol, encerrando a programação especial comemorativa aos 13 anos de inauguração daquela casa. Flach tem um trabalho respeitado nacionalmente. Seu elepê "Alma" produzido há 3 anos, foi escolhido como um dos melhores discos instrumentais dos anos 60. Foi diretor artístico de Isaac, etiqueta gaúcha que lançou mais de 100 discos entre 1977/80, em vários gêneros.

Leonel, o inventor da lente Moroscope

Nos necrológios do professor Leonel Moro, falecido domingo, aos 65 anos, faltou um destaque merecido: a sua atividade como cineasta. Nos anos 50, Leonel desenvolveu um processo de lente anamórfica, que batizou com o nome de "Moroscope" (na época, em que o CinemaScope era a grande novidade) e através desta técnica realizou alguns documentários e uma longa-metragem. "O Círculo Perfeito". Filme policial, com vários artistas paranaenses, seu longa-metragem levou mais de 8 anos para ser concluído e, quando lançado, no cine Rivoli, não teve a acolhida merecida.

Paiol, 13 anos, com o talento de Flach

GLACY GOTATDELO, a mignon que dirige o setor musical da Fundação Cultural, não poderia ter escolhido melhor programação musical para comemorar os 13 anos do Paiol: há duas semanas, o encontro do grande violinista Sebastião Tapajós com seus parceiros Claudionor Cruz e Gersinho Fisbein. No último fim de semana, aquele que pode ser classificado como dos melhores espetáculos do ano: a excelente cantora Olivia Byghton, acompanhada pelo pianista Mario Boffa e o clarinetista/ saxofonista Edgard Duvivier, aqui estreando um espetáculo camerístico de excelente nível.

As ruas de Rafael

Leitor atento de O ESTADO, o vereador Rafael Greca de Macedo, sobe pegar o pião-na-unha: já encaminhou um projeto de lei, dando o nome d Jorge Deodato Lemoine (Bruxelas, 2/3/1986 - Curitiba, 9/6/1976) a uma rua de Curitiba. Será a primeira iniciativa oficial para homenagear o pioneiro da publicidade no Paraná. Lemoine foi quem, em 1921, fundou "A Propagandista", que cuidava dos anúncios nos bondes da South Brazilian Railway Co., conforme recordamos em texto publicado em O ESTADO, em homenagem ao Dia Mundial da Propaganda. xxx

Glauco quer é dirigir a Fundação de Teatro

Embora oficialmente não haja ainda, nomes certos para as funções do primeiro ao terceiro escalão do governo Tancredo Neves, não custa nada sonhar. Assim, há muita gente apostando em certas funções. Por exemplo, algumas áreas da cidade dão como certa a ida do sr. Glauco Souza Lobo, atual diretor executivo da Fundação Cultural de Curitiba, para a direção da Fundação Nacional das Artes Cênicas, o antigo Serviço Nacional de Teatro.

A noite política da "Boca Maldita"

SE sobraram alguns (poucos) lugares, não faltou bom humor. O jantar mais famoso entre tantos congraçamentos de fim-de-ano - o da Boca Maldita - na noite de quinta-feira, 13 - sintomaticamente, no 16o aniversário do Ato Institucional no 5 - manteve algumas tradições. De princípio, o congraçamento político - no qual se encontravam parlamentares, cabos eleitorais e simpatizantes de todas as tendências (exceto o PT, que por ser o mais proletário dos partidos, por certo não teve nenhum de seus integrantes disposto a pagar Cr$ 20 mil de participação).

Uma Arca para música popular

Ary de Carvalho, ex-repórter policial da "Última Hora" em São Paulo - e que em 1963 passou alguns meses em Curitiba, dirigindo a sucursal do (então) jornal de Samuel Wainer - é um empresário de coragem. Além de ter transformado a "Última Hora" carioca em seu aspecto visual (após 34 anos, desde o dia 20 de novembro, circula sem cor e totalmente modificada em forma e conteúdo, Ary expandiu suas organizações para a área editorial e fonográfica - sem contar incursões para o setor de rádio e projeto de uma futura televisão.

Frutos da Boca

O MPB-4 está comemorando com muito trabalho seus 20 anos de existência: dois espetáculos musicais e um infantil no Teatro da Galeria, RJ, mais 20 conferências sobre MPB e o lançamento do lp "Coringa", que, infelizmente, a Barclay esqueceu de divulgar. O MPB-4 tem razão para registrar esta efeméride: poucos grupos vocais conseguem sobreviver sequer 5 anos, quem dirá as duas décadas.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br