Berenice chegou ao 35mm e os filmes dos gaúchos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de maio de 1984
Se depender de disposição e garra, Berenice mendes será a primeira mulher do Paraná a se tornar uma cineasta profissional, chegando ao longo metragem. Vindo do Super-8, passando pelo documentário sem pretensões como foi o curta que fez há três anos, registrando a massagem do Papa João Paulo II por Curitiba, Berenice fez agora seu primeiro curta em 35mm, " O Foguete Zé Carneiro", que terá hoje, as 10 horas da manhã, pré-estréia no Cine Groff.
Só os pais, parentes e amigos do elenco - formado pro crianças de 3 a 10 anos deverão lotar o pequeno cinema na sessão de hoje, já que há natural curiosidade em conhecer filme feito por filhos de nomes conhecidos da cidade o que se pode notar pelos seus sobrenomes: Dov e Rafael Rosemann, Yael Spach, Camilo Brambila Machado, Luciana Cassanho Pedroso, João Henrique Montani Bezerra, Gabriel Matias Carneiro Leão, Juliana Tavares Scalco, Carolina Azevedo Leão Rego, Erwin e Kiel Gonçalves, Cauê Ferreira, Ari Dalla Zuana, Helena Jane e Kako Machado.
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O " Foguete Zé Carneiro" é uma especie de ficção cientifica " para o público infantil", narrando as aventuras de dois meninos que encontram um foguete e fazem uma viagem à Lua. Berenice explica sua proposta:
" Expondo informações sobre a organização do sistema solar, noções de proporção, distância e equilibrio, o filme abordando o mundo espacial, estimula e utiliza a fantasia no processo de ordenação de pensamentos e uso do raciocinio lógico pela criança.
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Rodado em Curitiba, com uma equipe de jovens entusiastas, "O Foguete Zé Carneiro" chegou a ser inscrito para o festival de Gramado, na área de curta-metragens, mas não foi aceito. Agora, Berenice vai batalhar por sua distribuição, através da Embrafilmes, dentro da nova politica de curtas metragens.
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Berenice Mendes chega ao curta metragem, 35mm, graçasa muito entusiasmo e um aprendizado no Super-8 - bitola que condenada à morte com o advento do video, mais econômico e prático. Berenice sonha, obviamente, com o longa metragem, embora para isto haja necessidade de um longo caminho a ser percorrido. Mas que pode ser atingido, como prova um grupo de ex-superoitistas gaúchos, que após uma positiva atuação nesta bitola surpreendem com uma triplice estréia em 35 mm, longa duração. Há quatro anos, no Festival de Filmes Super-8, que Cesar Fonseca e Marcelo Marchioro orgnizaram no saudoso Museu da Imagem e do Som - hoje, mais do que nunca. " da imaginação" tal o abandono a que foi relegado o filme que mais impressionou foi o média metragem " Meu Primo", realizado por jovens superoitistas gaúchos, integrantes de uma geração que agora começa a se a se profissionalizar Naquele filme. Carlos Gerbase, 25 anos, tinha sua primeira experiência, dividindo a direção com Hélio Alvarez e Nelson Nadotti ( este, assistente de Cacá Diegues em "Quilombo", que representa o Brasil no festival de Cannes). Depois de "Sexo e Bethoven" e " Amor Sem Dor", mais dois média metragens divididos com Nadotti, Gerbase foi assistente de direção de "Deu Pra Ti anos 70", longa metragem em super-8 premiado em Gramado, em 1981 e que exibido no Rio Grande do Sul foi um dos grandes sucessos entre 1981 / 82. Insistindo no Super-8 Gerbase participou de " No Amor" ( 1982), dirigiu "Inverno" ( melhor filme no Festival de Gramado, 1983 ) e, associando-se a Gilda Assis Brasil, após o curta Interlúdio", partiriam para o longa em 35mm. " Verdes Anos", que neste ano, abriu o XII Festival de Cinema de Gramado e valeu a premiação de "revelação"a esta dupla de cineasta Giba Assis Brasil, 27 anos, tamtém vem de um bom aprendizado em super-8, em curtas e longas desembocando agora em " Verdes Anos", uma lírica crônica de um grupo de jovens de uma cidade do Interior, durante os anos 70", " Verdes Anos" impressionou o público e a critica pela simplicidade e ternura.
Um elenco de jovens a começar por Werner Schunemann. Luciene Adami, Marco Antonio Breda e tantos outros uma cuidadosa fotografia de Cristian Lesage ( filho de Franco-brasileiro Romain Lesage, realizador de "Pluift". O Fantasminha" e " PS" ) e um roteiro desenvolvido a partir de um conto do gaúcho Luiz Fernando Emediato, eram a "Verdes Anos" condições de concorrer em igualdade de condições aos demais do festival de Gramado, há duas semanas. Agora, após percorrer um circuito gaúcho que os produtores estimam capaz de atingir 500mil espectadores terá lançamento nacional. Em Curitiba, possivelmente dentro de uma mostra no cine Groff Cinemateca em super-8 , de Giba Assis e Gerbase.
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" Verdes Anos" é o primeiro longa, em 35mm, da Z Produtora Cinematográfica, divisão da Z Comunicação e Planejamento, agência de propaganda com sólida atuação no mercado gaúcho. Parlelamente a rodagem de " Verde Anos", foram realizados dois outros longas - " Meia Beija", de Werner Schunemann e "Aqueles Dosi", a serem lançados em breve. Produções realizadas em sistema cooperativo. Sem qualquer financiamento oficial e que ( com) provam a possibilidade do desenvolvimento de cinema independente das tetas do oficialismo.
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