Uma marchand no MAC faz artistas revoltarem-se
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de maio de 1984
Se o governador José Richa quiser manter a coerência que tanto falou em seus pronunciamentos pré-eletorais, deverá convocar na próxima semana uma reunião com a diretoria da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná. Isto porque desiludidos pela forma com que foram tratados na Secretária da Cultura e Esportes, os diretores desta entidade a começar pelo presidente Humberto José solicitaram audiência com o deputado Euclides Scalco, chefe da Casa Civil, para apresentar, formalmente, sua indignação frente a maneira com que foi escolhida a nova diretoria do Museu de Arte Comteporânea, a marchand de tablaux Sandra Helena Larsem.
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Na impossibilidade de conversarem com Richa nesta semana, em que o governandor do Paraná se preocupou apenas com as "Diretas Já", Humberto José e seus colegas de diretoria levaram em sua perplexidade ao chefe da Casa Civil, que prometeu marcar uma audiência com o o governador José Richa. Afinal, se houve intensão de desprestigiar a entidade que congrega os artistas plásticos do Paraná, ela foi conseguida " intotem".
Apesar de não serem contra a pessoa da marchand-de-tablaux Sandra Helena larsem, proprietária da galeria Sh-316, a diretoria da Associação não concorda no que tem toda razão com a forma que se deu a substituição da artista plástica Marisa Bertoli da direção do MAC. Contrariando inclusive o regimento interno do Museu elaborado pelo pintor critico. Fernando Velloso, que prevê o cargo de diretor para uma pessoa de comprovada competência e vivência nas artes plásticas, a indicação de Sandra Helena Larsem uma senhora jovem, elegante e simpática mas de pobre curriculum artistico chocou a comunidade artistica e intelectual do Estado. E ao procurarem a Secretaria da Cultura, os dirigentes da Associação Profissional do Paraná não obtiveram qualquer explicação razoável motivo pelo qual, descontentes, decidiram externar ao governador Richa a revolta da classe. E como o governador peemedebista tanto fala em " participação" é de se esperar que ao menos ouça o que os mais legitimos representantes dos artistas tem a dizer a respeito.
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