A Cidade & O Tempo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de junho de 1974
A comemoração dos 90 anos de fundação no próximo dia 19 de julho, convenceu a imensa diretoria da Sociedade Beneficente Rio Branco a gastar Cr$ 50 mil e assim o histórico prédio em que se encontra desde 1892 na esquina das ruas Visconde de Rio Branco e Carlos de Carvalho está sendo pintado interna e exteriormente. Com bom gosto, o novo colorido veio destacar a histórica sociedade, fundada por um grupo de emigrantes alemães em 1884, com o nome de Handwerker Unterstuetzungs Verein e que ao longo de nove décadas tem mantido fiel as finalidades comunitárias com que foi idealizada.
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Hoje com um quadro associativo de mais de 2 mil pessoas a Rio Branco está procurando reativar suas atividades, pois uma relativa paralisação fez com que fosse caindo o número de contribuintes - fato que [afeta] também muitas outras entidades tradicionais. Como a pretendida fusão com a sociedade de Tiro ao Alvo não mais se concretizará (aquela entidade provavelmente se unirá ao Concordia, também de formação alemã) o presidente Alvino Bendlin aceitou a convocação para continuar por mais um período e assim pretende dinamizar as realizações do clube em especial no setor esportivo.
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O valioso patrimônio que a Sociedade possui em pleno centro foi adquirido em 1892 pelo presidente Ferdinando Scharsiepen, em 1907 o seu sucessor, Antônio Bedene, construiu o primeiro núcleo da sede existente até hoje, ampliado ao longo dos anos até chegar as atuais e amplas instalações.
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Dentro da história da cidade, a Rio Branco é uma sociedade que se mantém fiel às suas origens, preservando até recentemente o sentido assistencial com que foi fundada. Pois quando um grupo de cidadãos de origem alemã reuniu-se em 1884, Curitiba com seus 19.864 habitantes não dispunha de qualquer organismo oficial de amparo e a Handwerker Unterstuetzungs Verein oferecia aos seus associados, pessoas de poucos recursos mediante o pagamento de uma jóia de quatro mil reis e a mensalidade de quinhentos reis, um seguro tranquilizador: em caso de doença, uma diária de um mil réis e no falecimento um auxílio de 20 mil reis.
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