A Cor Púrpura - A América negra e bela
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de agosto de 1986
"A Cor Púrpura" ainda não tem [data] marcada para lançamento em Curitiba mas é, a partir desta semana, o grande filme em debate nacional. Com 11 indicações ao Oscar - e nenhuma premiação na 58ª edição da festa no Dorothy Chandler Pavillion, em Los Angeles, representa mais uma clamorosa injustiça da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
Sensível, lindíssimo em sua realização - fotografia marcante, uma trilha sonora antológica, interpretações arrasadoras de um elenco quase só de artistas negros - "A Cor Púrpura" é um filme-emoção, realizado por um cineasta de apenas 40 anos, recém-completados, que desde 1971 vem fazendo os filmes de maior êxito do mundo ("Tubarão", "ET", "Caçadores da Arca Perdida", "Indiana Jones e o Templo da Perdição"). A juventude e a prosperidade de Spielberg - agora se voltando a produção também de uma nova série de televisão - parece que levaram a merecer a ira dos membros da Academia, que além de não o incluírem entre os indicados ao Oscar de melhor diretor, não deram também nenhum troféu a "The Color Purple", filme que só agora está estreando fora dos Estados Unidos - onde fez uma boa carreira nas bilheterias, (US$ 60 milhões) superando mesmo a "Entre Dois Amores" (Out of Africa, de Sidney Pollack), que também com 11 indicações - ficou com 8 Oscars, na opinião reforçada agora, imerecidos em sua maioria - se comparado "A Cor Púrpura".
Um filme que emocionou as lágrimas o público de Cannes, ao ser ali apresentado, hors concours, em maio último, chega já em algumas sessões especiais em Curitiba, antecipando sua estréia regular. A Warner Brothers, trouxe ao Rio de Janeiro e São Paulo, na semana que passou a atriz Margareth Avery - intérprete da marcante personagem Shug Avery, cantora de blues, cujo personagem tem um tremendo impacto sobre as outras mulheres de "A Cor Púrpura". Uma personagem fortíssima, inspiradora da libertação de outras mulheres, a criação de Shug também valeu a Margareth Avery uma indicação ao Oscar (ao lado de Oprah Winfrey, como coadjuvante e Whoopi Goldberg, como atriz principal), mas perdendo para Angélica Huston ( "A Honra do Poderoso Prizzi") e Geraldine Page ("The Trip to Beautifull"), respectivamente.
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