De Gente & Fatos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 02 de janeiro de 1986
José Dion de Melo Teles, presidente do Serpro - Serviço Federal de Processamento de Dados, que veio fazer conferência na reunião da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, perguntou a Jorge Montenegro, diretor local do Serviço, por alguns de seus ex-colegas do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, que hoje vivem no Paraná.
O curriculum de Melo Teles é marcante - destacando-se cursos no exterior (Stanford, USA), funções importantes na USP, presidência do Conselho Nacional de Pesquisas e por, duas vezes, a presidência do Serpro, onde se encontra desde 1979. Agora, está lançando o livro "Pela Valorização da Inteligência", edição da Universidade de Brasília - setor, aliás, que tem o jornalista Murilo Ramos, catarinense de Lages, ex-repórter de O Estado, como coordenador.
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Carlos Castello Branco, o mais respeitado analista político do Brasil, prefaciou o livro de Melo Teles, lembrando que ele defende a inteligência brasileira sob dois aspectos: o de sua presença na aquisição de tecnologia de ponta e o de sua função de ampliar os benefícios sociais do extraordinário progresso das últimas décadas. "É bom acreditar - diz Castello - que os problemas da vida equacionam-se nesse extraordinário surto de progresso tecnológico que deita suas raízes na expansão do conhecimento pragmático que teve seu grande precursor no pensamento de Francis Bacon".
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Jorge Carlos Sade, o mais ativo marchand-de-tableaux da cidade, prepara-se para patrocinar o lançamento de um novo talento: Dorval (Inácio Dorvantil Nunes Rodrigues). Gaúcho de Santa Vitória do Palmar, 28 anos, autodidata, Dorval é jogador de futebol profissional. Já atuou em várias equipes do Rio Grande do Sul e atualmente é meio de campo do Juventus, time profissional da pequena cidade de Rio do Sul. Fazendo óleos com imagens entre o fantástico, com climas de ficção científica, Dorval já participou de mais de 15 coletivas nos últimos três anos e, em Blumenau, ganhou outro importante avalista: o poeta e também marchand Lindolf Bell. Que disse a respeito de seus quadros: "Um trabalho marcado pelo sonho, um denominador comum presente por trás de uma atividade intensa e uma vocação determinada a conquistar espaço e linguagem sem concessões".
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Apesar da época imprópria e do local desaconselhável - uma galeria sem tradição na rua Claudino dos Santos - uma exposição importante: "Transposições", com novos trabalhos de João Osório Brzezinski. Paranaense de Castro, 44 anos, Brzezinski é um dos mais criativos artistas plásticos do Paraná, com nada menos que 30 premiações entre 1959/1979. Integrante do grupo que renovou as artes visuais no Paraná no virar dos anos 60, Brzezinski tem suas telas espalhadas em museus de várias capitais e um conceito nacional.
Econômico em exposições, com uma produção relativamente pequena, João Osório dedica-se mais ao magistério - na Escola de Música e Belas Artes do Paraná - e especialmente à Asa Delta, esporte do qual foi o precursor no Paraná. Na mostra que abre hoje à noite estão temas inspirados nos vôos feitos sobre o litoral, captando a magia da Serra do Mar. São obras de em média 50 x 70 centímetros, de muitas cores e com títulos dos mais sugestivos: Praia do Superagüi, Curva da Serra, Cais de Antonina, Anhangava Queimando, Serra da Graciosa, Carícia do Vento, o Vôo da Vida, Do Alto do Rochedinho, Poluição do Iguaçu, o Rio da Ilusão Terminada, Ponta da Pita, O Encontro da Águia Azul, Pedra da Prainha, Mangue do Mercado e o Milagre do Lodo. Em síntese, uma pintura ecológica, de alto astral, realizada por um artista tão estimado quanto admirado em sua obra.
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