De livros & autores
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de janeiro de 1976
Apesar de todo o esforço de Fernando Velloso, diretor do Museu de Arte Contemporânea, o livro "A Caricatura e o Paraná", do professor Newton Carneiro, não ficou pronto a tempo de ser lançado em 1975. Agora, a Grafipar está imprimindo as últimas páginas deste importante estudo de Carneiro sobre os pioneiros da caricatura paranaense - levantando inclusive a legítima tese de que foi um parnanguara, o autor da primeira charge no brasil - assunto que, já exaustivamente divulgamos nesta coluna.
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As dificuldades enfrentadas por Velloso para conseguir editar o livro de custo relativamente baixo, mostram mais uma vez a desatenção dos setores culturais do Estado, para com os projetos editoriais. Enquanto discutíveis promoções musicais e folclóricas levaram bilhões de cruzeiros, para o setor editorial, com registros importantes para a nossa memória, nunca sobraram sequer migalhas - obrigando os autores a lutarem, de unhas e dentes, para verem em letra de forma, os seus originais.
Enquanto isso, em Porto Alegre, o Instituto Estadual do Livro, desenvolve um inteligente trabalho, estimulando os escritores, ensaístas, pesquisadores etc., publicando os livros em convênio com 7 prósperas editoras regionais - distribuindo-os em escala nacional, exceto o Paraná, onde a timidez dos livreiros, tem feito com que as obras dos gaúchos não apareçam.
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Em Goiás, também começa a haver um interesse oficial em estimular a literatura. A Prefeitura de Goiânia, em convênio com a secção regional da União Brasileira de Escritores, promoveu um concurso de contos e um dos trabalhos premiados, "Monólogos da Angústia", de Brasigóis Felicio, acaba de aparecer em bonita edição de 192 páginas, lançada pela Editora Oriente, daquela cidade. O autor é bastante pessimista em sua obra: "Este livro é dedicado ao crescente número de ansiosos, maníacos, esquizofrênicos, angustiados e neuróticos que pululam nas avenidas engarrafadas das grandes cidades.
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