Depois das eleições (opus 3)
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de novembro de 1974
Começam a surgir as primeiras estórias das eleições de 15 de novembro para enriquecer o folclore político - farto material que, por certo, justificará, um novo volume da série de bem humoradas coletâneas que o jornalista baiano (e ex-deputado) Sebastião Nery vem publicando, com excelente vendagem. Quando tantos políticos amargam a tristeza de não terem sido eleitos, não há [dúvida] que tais estórias podem representar um momento de sorriso após horas de tensão e, até, desespero.
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Em Matelândia (24.593 habitantes, Sudoeste do Estado), um camponês aproximou-se da mesa eleitoral e foi logo perguntando ao presidente:
- Qual é a cabina onde se vota para os candidatos do MDB?
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Já em Castro (37.601 habitantes), uma das seções eleitorais ocupava uma sala de aula de um grupo da cidade. Uma eleitora, ainda jovem, após preencher a cédula, não teve dúvidas, ao invés de se dirigir à urna, voltou para uma das carteiras escolares e colocou a cédula dentro do pequeno orifício do móvel destinado a fixar o vidro de tinta dos alunos.
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Diálogo, sexta-feira, no gabinete da liderança do MDB, na Assembléia Legislativa, a propósito do surpreendente resultado para um atual deputado do Norte do Estado, derrotado em sua própria cidade, por um até então desconhecido candidato.
- Mas ele é tão conhecido na cidade, onde viveu toda sua vida e por onde se elegeu tantas vezes ...
- Exatamente. Por ele ser tão conhecido ali ...
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