Dos out-doors e mobiles à pintura contemporânea
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de setembro de 1986
Simultaneamente, duas exposições de artistas veteranos, de curriculum que justificam destaque - entre tantas mostras oportunistas que aproveitam o boom do mercado plástico da cidade.
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Enquanto que na galeria Ida e Anita, o veterano Geraldo Orthof, 83 anos, mostra os seus óleos - numa mostra complementada com as esculturas de Hélio Rodrigues, na Casabranka, também hoje à noite - a inauguração dos óleos de Renato Sá.
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Orthof, austríaco de nascimento, durante mais da metade de sua vida se dedicou ao vitrinismo, ao cartaz publicitário e, no Brasil, foi o fundador da primeira agência especializada em out-doors, conforme aqui já registramos. No curriculum do velho artista destaque a dois parentescos ilustres. Seu padrasto, Bondansky, era escritor de libretos da ópera em Viena. Seu tio Schonberg, foi o grande revolucionário da música deste século, com suas composições atonais no caminho do dodecafonismo.
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Sem parentes tão ilustres, o carioca Renato Sá, 64 anos, arquiteto da turma de 1946, tem também pontos interessantes em sua biografia. Por exemplo na Escola Nacional de Belas Artes, foi colega do escultor Erbo Stenzel, que viria morar em Curitiba e aqui faria obras marcantes - inclusive o homem e a mulher nus, da 19 de dezembro. Há 30 anos, entusiasmado pela obra de Alexandre Calder, Renato Sá começou a desenvolver "mobiles" no Brasil, introduzindo aqui esta forma de criação artística.
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