A falta de auditórios
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de outubro de 1974
A necessidade de o Governo ter que recorrer a uma empresa particular (Fama Filmes) para a cessão de um auditório (cine Vitória) com capacidade suficiente para uma solenidade com a de ontem pela manhã (lançamento da Campanha da Produtividade, pelo presidente Ernesto Geisel) é uma comprovação de quanta falta faz um grande auditório oficial, falha que 25 anos depois, será suprida com a inauguração do auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (dia 19 de dezembro). Pois, em que pese o fato de que dificilmente será [mantida] uma programação regular que um auditório de tais proporções (2.300 lugares) tenha utilização semanal. O fato é que sua [existência] permitirá a promoção de uma série de eventos artísticos sociais e cívicos, hoje vedados pela falta de um local propício. Com os auditórios Salvador Ferrante, pertencente a Fundação Teatro Guaíra e o da Reitoria permanentemente comprometidos com programações regulares e segundo acrescido de eventos universitários, o [único] auditório de grandes proporções [existente] na cidade é o do Colégio Estadual do Paraná que, infelizmente, apresenta precárias condições de utilização, haja vista a [inexistência] de aparelhagem de som e iluminação.
Aliás, estava na hora da Secretária da Educação e Cultura dar a direção do CEP condições de melhorar o auditório necessitando urgentemente de pintura, reparação em paredes rachadas e mesmo substituição das velhas cadeiras, pois com uma maquilagem bem cuidada e recebimento de equipamento técnico adequado poderá se constituir em uma nova opção para as [múltiplas] programações artísticas da cidade. Além do mais, sendo a [única] sala oficial equipada com aparelhagem de 35mm, o Estadual também poderia colaborar na difusão de bons programas [cinematrográficos], elevando não apenas o nível cultural do seu imenso (e nem sempre comportado) corpo discente, mas numa abertura (e opção para quem deseja(r) assistir a clássicos do cinema que nunca mais terão relançamentos em circuitos comerciais[)]. Aqui fica a sugestão a quem de direito possa se interessar. E agir.
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