Geléia Geral
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de agosto de 1988
Vale a pena insistir em fórmulas que funcionaram numa época , mas que são impossíveis de serem renovadas? A questão surge frente a mais uma tentativa de João Ricardo (Carneiro Teixeira Pinto), ( Ponte de Lima, Portugal, 1949) em ressuscitar o grupo vocal que fez o maior sucesso entre 1972/74; Secos & Molhados. Ney Matogrosso, o mais talentoso do trio, explodiu em carreira solo (está saindo agora seu novo lp, CBS), Gerson Conrad preferiu ficar no teatro infantil, mas João Ricardo insiste; uniu-se a um amigo, convocou alguns instrumentistas e gravou "A volta do gato preto" (Polygram). Pretendendo a ironia - na capa, uma espécie de fim de banquete, tem uma cabeça (referência a Ney Matogrosso) servida numa bandeja - e com um repertório com 10 de suas composições, não é desta vez que o S&M reaparece em termos de força. Melhor é, para quem admirou a renovação musical proposta há 15 anos, conservar as imagens sonoras daquela época.
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Vale como registro: Juba & Lula, personagens de "Armação Ilimitada", numa produção de Renato Ladeira e Roberto Lly, ganharam um disco com canções buscando o humor, a ironia e o clima característico da série da Globo - que, de certa forma, representou um sopro de renovação para a programação jovem. As faixas forma criadas por Ladeira e Lly, com a ajuda de colegas da produção - Evandro Mesquita (ex-Blitz), Ari Mendes e Patricia Travessos. Se tivesse a cobertura que as produções da Sigla conseguem, "Juba & Lula - o disco" poderia ficar entre os mais vendidos da temporada.
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É importante não confundir o Leonardo brega com o Leonardo nativista, vencedor de vários festivais no Rio Grande do Sul. Pois o Leonardo brega, com músicas românticas - parcerias com Maurilio Costa, versões e até participação especial da cantora Katia - "Uma voz no coração" está na praça com um novo disco (EMI/Odeon), de vendagem certa no Nordeste/Centro Oeste - mas que também começa a chegar ao Sul.
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Falando em bregas, o acordeonista Cheiro Verde tem novo disco breguíssimo, mas de público seguro: "Forró do cheiro verde" (Polygram). Da capa - o acordeonista-compositor, entre duas garotas atraentes - ao repertório, um disco para consumo nas programações mais populares estilo Atalaia e 105.
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