Para conhecer o cinema germânico
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 07 de agosto de 1988
A professora Heidrun Bruckner, que há 3 anos dirige o Instituto Cultural Brasileiro Germânico/ Goethe Institut, normalmente delicada em seus contatos, terá que usar um pouco mais de energia se não quiser que fracasse a maior promoção de divulgação do cinema alemão já organizada pelo Instituto que a mantém no Brasil.
É que se acontecer mais uma vez o descalabro que, infelizmente, tem prejudicado os melhores eventos cinematográficos, patrocinados pelos governos estrangeiros, que, infelizmente, são confinados em sessões incômodas na Cinemateca, a retrospectiva do Goethe, com nada menos que 11 filmes, acabará sendo desperdiçada em sua exibição em Curitiba.
Em São Paulo, a mostra começou no dia 1º de agosto, com uma programação inteligentemente distribuída em quatro salas e oferecendo várias opções aos espectadores. Ao contrário do que a Fucucu aqui fez, não só com os filmes suíços e franceses, mas também com a última mostra trazida pelo Goethe - confinada ao asfixiante, incômodo e desaconselhável espaço da Cinemateca. Afinal, esta super-retrospectiva reúne exemplos de todas as épocas, movimentos e tendências, todos os nomes importantes do cinema alemão - desde as imagens em movimento apresentadas em projetor duplo no dia 1º/ 11/1895, no Wintergarten, teatro berlinense de variedades, pelos irmãos Skiadanowsky, até os trabalhos mais recentes de Wim Wenders ou Doris Dorie.
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A Grande Retrospectiva do Cinema Alemão, com 111 títulos, foi dividia em três grupos: O Cinema Mudo (1895-1929), o Cinema Falado (1930-1965) e o Novo Cinema Alemão (1966-1986). Em São Paulo, as sessões estão sendo realizadas em 4 espaços (auditório do Goethe, Cineclube da Fundação Getúlio Vargas, MASP e CineSESC).
Em Curitiba, ainda sem data marcada, é de se esperar que a professora Heidrun Bruckner, entenda que não há apenas a sala da Cinemateca, para receber tantos filmes - e que, democraticamente, a mostra pode (e deve) espalhar-se por outros espaços - como o auditório do SESC da Esquina, o auditório Brasílio Itiberê, etc. - e, naturalmente, em horários alternativos, com mais de uma projeção dos filmes de maior importância.
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