Gente
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de janeiro de 1974
Diogo Pacheco é um dos poucos jornalistas que podem dizer que entendem a fundo daquilo que escrevem: editor de música da revista "Veja", ex-crítico d' "O Estado de São Paulo" e desde 1952 trabalhando no jornalismo, ele pode, com autoridade, emitir opiniões profundas sobre concertos, músicos & músicas. Afinal, é um dos maestros mais controvertidos do Brasil, formado nos EUA, conhecendo no mínimo as bases de uma dezena de instrumentos e que tem marcado sua carreira com atitudes corajosas, experiências fascinantes: por exemplo, quando diretor do Teatro Municipal de São Paulo ali introduziu uma nova sistemática de apresentações musicais, abrindo as portas a todos os gêneros. Anteriormente, em 1964-65, decidiu levar o popular às salas de concerto, produzindo espetáculos com Elizete Cardoso acompanhada pela Orquestra Sinfônica interpretando as "Bachianas", de Villa-Lobos, e Alaíde Costa, a voz ternura da Bossa Nova, cantando músicas renascentistas, no espetáculo: Alaíde & Alaúde. Viajando anualmente aos EUA e Europa convidado periodicamente para reger (média de Cr$ 10 mil para cada regência e tendo ainda recentemente cuidado do concerto que marcou a volta do pianista João Carlos Martins no Municipal, Diogo é um homem extremamente simples, capaz de fazer qualquer pessoa sentir-se à vontade em menos de cinco minutos de um papo franco e descontraído. Veio a Cultura para fazer uma conferência sobre música contemporânea (sábado passado, Teatro Guaíra) e se entusiasmou tanto com o ambiente do Festival de Música, que já deixou apartamento reservado: volta na próxima semana para aqui ficar alguns dias.
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