Até o próprio gerente do cine Lido, o astuto Zito Alves, 50 anos, 35 de cinematografia, não resistiu e, voltando aos seus verdes anos de matinadas no antigo Palácio, exclamou ao ver a última [seqüência] de "A História de Kung Fu": - Marmelada! Marmelada! Afinal, de todas as liberdades permitidas pela usina de sonhos aos super-heróis, o diretor (sic) Mário Caiano nesta produção ambiental na nova onda do cinema comercial italiano - lutas orientais - exagerou: o herói, Xangai Joe (Chen Lee) chega a segurar na mão, uma bala disparada pelo "Smith-West" do bandido da fita. E ele amassa o projétil entre os dedos, "exagero que nunca imaginei" conta Zito. Aliás, depois de liberado pela Censura - "Xangai Joe" ([distribuído] com o título em inglês de "The Fighting First Of Shangai Joe") teve seu título modificado pelo chefão da Condor, Pepe Verde Martinez, para "A História de Kung Fu". E as chanchadas-spaguetti não param em Xangai Joe/Kung Fu: o próximo lançamento do Lido será "E Agora me Chamam Providence["] ... E daí?. O título já diz tudo.

Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:

Veiculo: Estado do Paraná

Caderno ou Suplemento: Almanaque

Coluna ou Seção: Tablóide

Página: 4

Data: 16/10/1974

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