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As memórias de Sônia dos tempos do Paraná

Produtor veterano, acostumado aos bastidores da televisão (foi um dos pioneiros na produção de teleteatro em Curitiba e Porto Alegre) Valêncio Xavier ficou impressionado com a extrema organização na produção de "Moon Over Parador", cujas filmagens assistiu, na semana passada, em Ouro Preto. Especialmente para gravar uma entrevista com a atriz Sônia Braga, Valêncio passou algumas horas em Ouro Preto - cidade na qual a equipe de Paul Mazursky permaneceu por três semanas, fazendo importantes seqüências. Valêncio foi recebido com a maior simpatia pela atriz de "O Beijo da Mulher Aranha". Sônia recordou suas imagens de infância em Maringá e Curitiba, cidade na qual residiu por algum tempo, "numa rua de muitas árvores, tranqüila, que acredito chamar-se Manoel Pedro". Infelizmente, a mãe de Sônia, dona Zezé, não estava ao seu lado, quando ela falava a Valêncio, para confirmar o nome da rua curitibana em que a família Braga viveu há pouco mais de 20 anos. Sônia falou demoradamente sobre sua experiência internacional, o filme que fez com Robert Redford - ainda inédito nos EUA e, especialmente sua preocupação em desenvolver um programa de apoio as pesquisas científicas para ser encontrada uma droga que combata a AIDS. xxx Além de Sônia Braga, no elenco de "Lua sobre Parador", está outro ator paranaense: o curitibano Ariel Coelho faz um pequeno - mas importante papel - atuando em "tabelinha" com Guilherme Karam, como membros de uma banda de música da imaginária cidade de Parador, na qual se desenvolve a história. Coelho, que começou fazendo teatro com o falecido Antônio Carlos Kraide, é hoje um ator em escalada nacional: já fez vários filmes, tem sempre convites para atuar em boas montagens e "Moon Over Parador" é sua segunda experiência em produção internacional, pois em "A Floresta das Esmeraldas", de John Boorman, já havia tido um bom papel. xxx A organização para as filmagens de "Moon Over Parador" foi a detalhes mínimos. Diariamente, a jornalista Beatriz Marinho distribuía excelentes releases, abordando diferentes aspectos da produção ou focalizando o elenco - não só dos superstars do filme (Sônia, Raul Julia, Richard Dreyffus, Sammy Davis Jr.), mas também falando dos artistas brasileiros, dos stunt-men, técnicos, etc. - além de assuntos correlatos a produção. Sempre destacando o cuidado com que a produção teve para não trazer problemas na centenária Ouro Preto, cidade que se beneficiou diretamente com a sua escolha para ser a imaginária "Parador" e que ganhará, com o lançamento mundial do filme, uma promoção imensa. Mazursky, 57 anos, há 11 anos, fez com que o Greenwich Village, em Nova Iorque, voltasse a ser um local da moda, ao ali rodar o nostálgico "Próxima Parada: Bairro Boêmio" e, quatro anos depois, promoveu as belíssimas ilhas gregas na sua verão moderna de "A Tempestade", inspirado livremente na peça de Shakespeare. xxx Além de Richard Dreyffus, que no filme tem o principal papel, atua também seu irmão, Lorin, 42 anos, que é também roteirista, trabalhando atualmente num terceiro script. No filme, Lorin é o ditador apático de um país fictício, manejado pelo Primeiro Ministro (Raul Julia) e que morre de um ataque cardíaco, sendo substituído por um ator de grande semelhança - justamente o papel que é feito por seu irmão, Richard Dreyffus. Entre os atores brasileiros que atuam no filme - além de Milton Gonçalves e Carlos Augusto Strazzer (numa curta mas marcante atuação), está José Lewgoy, 70 anos, possivelmente o brasileiro que mais tem feito filmes internacionais. Neste filme, interpreta um arcebispo e diz que tem uma das cenas mais engraçadas, dividida com Richard Dreyffus. xxx Quanto entrou no set de filmagem, com sua equipe de televisão, para assistir algumas seqüências, Valêncio foi informado de que não deveria fazer filmagens de bastidores. Entretanto, uma tomada o entusiasmou e então, consultou o diretor de fotografia, Michael Merzmarck, 35 anos. De forma simpática, o profissional foi condescendente: - "Ok, faça algumas tomadas rapidamente! Já fui câmera de televisão e sei como é importante obter seqüências inéditas". LEGENDA FOTO - Sônia: recordando Curitiba.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
25/09/1987

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