Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de abril de 1973
Simone, 23 anos, baiana de Salvador, cantava para um reduzido número de amigos, jogou basquete no colégio e depois na Seleção Baiana. Foi para São Paulo há cinco anos, para completar os estudos na Faculdade de Educação Física de Santos, onde se formou junto com Pelé, um de seus grandes amigos. Preferia o basquete do que a música - apesar de sua elogiada voz - e em 1970 chegou a ser convocada para a Seleção Brasileira que disputaria o campeonato mundial de basquete feminino, mas uma série contusão tirou-a do time. Há quem diga que se ela tivesse jogado o Brasil não ficaria em 3.º lugar. Finalmente algumas amigas - como a violonista Elodi Aparecida, ex-acompanhante oficial da cantora Célia, a convenceram de que deveria cantar profissionalmente. Um simples teste na Odeon, em São Paulo, entusiasmou tanto o produtor Milton Miranda, que decidiu lançá-la em um sofisticado lp. Alta, bonita, um pouco tímida, Simone tem uma voz marcante, um estilo próprio de interpretar as composições e neste seu lp , uma das faixas se afirma como uma das musicas mais bonitas do semestre: Caminha do Sol >> de Dalto-Mário Jorge. Aliás, o repertório deste álbum, enriquecido com arranjos perfeitos do maestro José Briamonte, não poderia ser melhor: << Morena >> (Daltõ), << Quero >> (Vera Brasil-Elô), << Maior que o meu amor >> (R. Barros), << Tudo que você podia ser >> (Lô Borges-Marcio Borges), << Bandeira Branca >> (Max Nunes-Laércio Alves), << Assim Não Dá >> ( Ana Maria), << Encontro Marcado >> (Joyce) , << Momento do Amor >> (Daltõ) e << Chegou a Hora >> (Ivan Lins-Ronaldo M. Souza). A única faixa lamentável no álbum: << Chegas >> (Paulo Diniz-Odibar). Anotem o nome de Simone (foto) e confirma no futuro: uma interprete de quem se vai falar muito.
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