O Brasil cinematográfico nos volumes informativos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de março de 1990
Embora ainda raquítica se comparada ao festim de textos que mensalmente são oferecidos aos cinéfilos que dispõem de dólares para importar as dezenas de lançamentos de obras cinematográficas que acontecem nos Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália, a bibliografia cinematográfica vai crescendo no Brasil - em trabalhos originais ou traduzidos. Algumas biografias de artistas e mesmo realizadores emplacaram boas vendas e até ensaios profundos também encontram uma faixa específica de leitores, encorajando que editores de maior visão cultural façam edições importantes.
No ano passado, entre ensaios, biografias e mesmo coletâneas, mais de 20 títulos entraram nas livrarias - 12 dos quais foram recenseados por Cosme Alves Neto, diretor da Cinemateca do MAM-RJ, numa listagem interessante e que serve como refencial a quem pretenda saber o que há de cinema para ser lido. Motivo pelo qual, vamos dedicar algumas colunas para registrar publicações nesta área, haja vista interesse que as mesmas despertam junto a leitores, muitos deles ignorando que tais edições aconteceram - já que nem todas tiveram, infelizmente, a divulgação merecida.
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De princípio, duas edições independentes, dos próprios autores, com utilíssimos estudos sobre cinematografias regionais: "O Ceará e o Cinema" de F. Silva Nobre, com uma visão da produção cinematográfica daquele Estado, terra natal de nomes hoje nacionais como Luís Carlos Barreto, Luiz Severiano Ribeiro, Renato Aragão, Florinda Bolkan e a família Viana (192 páginas).
Djaldino Mota Moreno em "Cinema Sergipano" (128 páginas) levanta a filmografia detalhada do cinema sergipano (1966/1986), com uma análise do movimento cinematográfico naquele Estado. Esta obra pode ser conseguida junto ao autor - Rua A, nº 81, edifício Flamboyant, Bloco B, apartamento 1003, bairro Salgado Filho CEP 49.000, Aracaju.
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Em edição do Núcleo de Documentação da Fundação do Cinema Brasileiro (Avenida Brasil, 2482, CEP 20930, RJ), Lúcia Lobo e Vera Sommer, com a colaboração de Anita Brandão, em "Inventário-Arquivo Eva Nil", fizeram a catalogação do arquivo da atriz Eva Nil, do ciclo de Cataguazes, em Minas Gerais (número 1 da série "Documentos", 108 páginas, edição mimeografada).
O Conselho Nacional de Cinema, graças à visão cultural de seu vice-presidente, cineasta Roberto Farias, tem procurado difundir publicações oficiais, que longe de serem leitura maçantes tornam-se obras de referência a quem se preocupa em conhecer a realidade do cinema brasileiro (solicitações à Rua da Imprensa, 16, 11º e 12º andares - edifício Gustavo Capanema, 20030, RJ, fone 021-1699; telex 2134432). Assim, além dos relatórios semestrais ganharam uma agilização, saiu também um volume sobre "Legislação Cinematográfica Brasileira", no qual Anita Simis e José Otávio Gonda Martinez, reuniram a íntegra das resoluções do INC e do Concine em vigor, além das portarias concernentes. Íntegra das leis, decretos, decretos-lei da legislação cinematográfica. Contém ainda índice temático, facilitando a consulta, 324 páginas.
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Outra importante edição oficial está em três volumes, edições xerocadas, feitos pelo Arquivo Público do Distrito Federal (Setor de Áreas Públicas, lote B, Bloco B, Nocacapa, CEP 712000, Brasília): "Projeto Memória Filmográfica de Brasília" (cinema, TV e Vídeo). Trata-se de um projeto de catalogação de tudo que foi filmado em Brasília (problemas, objetivos, hipóteses, justificativas, etc.) numa contribuição das mais oportunas sobre a documentação visual do Distrito Federal.
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