Os figurinos de Rosa
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 31 de julho de 1976
Filha de dois monstros sagrados da literatura brasileira - o imortal Raymundo Magalhães Junior e a romancista Lúcia Benedetti, Rosa Magalhães é uma moça que começa a se tornar conhecida e admirada como figurinista, além de ser uma das mais criativas redatoras da equipe de Sônia Garcia, na TVE, no Rio de Janeiro.
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Os figurinos de "A Torre em Concurso" foram criados por Rosa Magalhães, que anteriormente há havia feito idêntico trabalho para Encenação de texto de Joaquim Manoel de Macedo em 1972. Há 2 anos, Rosa fez um belíssimo trabalho de figurinos que não pode ser visto: "Calabar" encerrou sua temporada no ensaio-geral, pois foi proibido.
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Rosa tem colaborado também com escolas de samba: em 1971 fez os figurinos para o Salgueiro com o tema "Festa Para Um Rei Negro", cujo samba-de-enredo "pega no Ganzé" é até hoje um dos maiores sucessos de Zuzuca (Adail de Paula). Em 1974, Rosinha colaborou com o "Beija Flor" (campeão) que concorreu então com "Brasil No Ano 2 mil". Agora, já está trabalhando para o enredo da Portela, em 1977: "Aclamação de Dom João VI".
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O tema não poderia ser dos mais carnavalescos: em 1818, quando Dom João VI foi coroado Rei de Portugal e Dom Pedro I casou-se, houve uma grande festa no campo de Santana. Os registros dos festejos - desenhos de Debret e um descritivo livro do padre Perereca, contemporâneos do acontecimento - serviram de ponto de partida para Rosa Crim os figurinos, neste enredo com a qual a Portela espera reconquistar o título de campeã do carnaval carioca.
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