Os preços dos supérfluos
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 20 de julho de 1976
Uma prova de que nem tudo vai mal apesar de tudo está na contabilidade dos importadores de bebidas e, principalmente, nos estabelecimentos de primeiro nível. Mesmo com todas as taxações e aumentos geométricos nos preços dos supérfluos importados as vendas continuam a serem das mais significativas - junto a uma faixa, evidentemente, de bom poder aquisitivo e que se dispõe a reservar alguns mil cruzeiros, mensalmente, para o caro hábito de só tomar uísque, conhaque e, principalmente vinho estrangeiro.
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Como curiosidade, eis a mais atualizada lista de preços de bebidas estrangeiras, colocadas pelo importador Bruck S/A, de São Paulo, em venda direta: A esses preços, na venda no varejo, é claro que há um aumento que varia de 50 a 100%. Principalmente nos restaurantes e bares dos hotéis de luxo.
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A bebida mais cara, atualmente, é, naturalmente o scotch "Royal Salut" a Cr$ 1.760,00 a garrafa - o que faz com que cada dose seja vendida acima de Cr$ 250,00. Em seguida, vem o vinho Chateau Mouton Rothschild, francês, safra de 1967, a Cr$ 18.400,00 a caixa de uma dúzia. Em terceiro lugar o conhaque Courvoisier Extra Vieille, a Cr$ 16.200,00 a caixa também de uma dúzia. Considerando-se a venda em caixas de uma dúzia, eis outros preços: Champagne "Veriot Baron Philippe Rothschild", safra 1969, Cr$ 8.680,00; a mais popular "Veuve Cliquot" - Cr$ 4.500,00; Conhaques - Courvoisier "Napoleon" - Cr$ 9.720,00; Macieira (Portugal) - Cr$ 1.400,00 e "Domencq" "Fundador" (Espanha) - Cr$ 1.100,00. Licores: Chartreuse (Espanhol) - Cr$ 4.200,00; Cherry Brandy (Francês) - Cr$ 3.600,00 - Benedictine - Cr$ 4.600,00.
O licor nacional "Cointreau" também não está barato: Cr$ 1.000,00 a caixa. Para os apreciadores de vinhos importados, a solução mesmo é apelar para a produção dos países beneficiados pelo convênio da ALALC. Assim, os chilenos "Concha Y Toro" e o "Maipo" estão a Cr$ 400,00 a dúzia, quase mais barato do que os nacionais e o argentino "Del Greco" a Cr$ 380,00. Em compensação, a dúzia do "Buchard Ainé" (Beaune 1971), da França, não fica por menos de Cr$ 8.900,00, mas os alemães "Niersteiner Gutes Domtal" (19974) e o "Liebfraumilch" estão bem mais acessíveis: Cr$ 1.800,00 e Cr$ 1.278,00, respectivamente.
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Diante, deste números, vamos valorizar os vinicultores de Bento Gonçalves e Garibaldi. Para os mais corajosos, até Santa Felicidade e Colombo.
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