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Aramis

Preço (absurdo) do sucesso

Leandro Brizolla, que apesar de ser gaúcho, do sobrenome e de falar alto, jura não é parente do Leonel, depois de ter passado alguns meses em Curitiba, incorporando imóveis e, associado ao seresteiro Mário Trevor, explorando um restaurante na Rua Dr. Murici, 1.111, é agora editor. Associado a Altamir Naves, assumiu a revista "Business Disco Show", que a partir do número 6 (março/78) aumentou de formato e ampliou seu material jornalístico. xxx Criado com a intenção de fornecer aos diretores sociais de clubes, principalmente do Interior, informações reais sobre a cotação dos artistas populares - evitando assim corrupções em muitas sociedades, onde empresários desonestos acoplados a diretores idem, acabam "vendendo" artistas pelo dobro ou triplo do que custam realmente seus shows (e para onde vai a diferença?) a revista "Business Disco Show" está ampliando agora a faixa de informações. Traz reportagens, grande cobertura fonográfica - pretendendo inclusive alcançar uma faixa que, há 2 anos, era explorada por uma outra publicação, editada por Júlio Rosemberg (apresentador de TV, de saudosa memória dos pioneiros tempos da televisão em Curitiba). xxx Algumas cotações de artistas muito requisitados por certos clubes do Paraná, para que as diretorias fiquem atentas em relação a futuros contratos: as Frenéticas, por exemplo, estão pedindo o absurdo de Cr$ 66 a Cr$ 80 mil. Altemar Dutra caiu um pouco: consegue no máximo Cr$ 30 mil. Celly Campelo, depois de um curto período de reaparição (época da telenovela "Estúpido Cupido") fica hoje em Cr$ 15 mil e olhe lá! Claudia Barroso, esta sim, sempre com um público suburbano que adora seus bolerões, diz que não canta por menos de Cr$ 36 mil. Algumas cantoras, classe A, também não fazem a mínima questão de se apresentarem em clubes, preferindo o público mais atencioso (e bem educado) de teatros: Elis Regina pede de Cr$ 81 a 100 mil, Elizeth Cardoso e Fafá de Belém ficam entre Cr$ 60 a Cr$ 80 mil. Barato, mesmo, não há quase nada. Existem, é claro, alguns artistas em início de carreira, que na faixa dos Cr$ 10/Cr$ 15 mil, talvez façam shows. Como Cláudio Roberto, Célio Roberto, David Corrêa, Francisco Tozzi, Francisco Roque, Gerson Conrad (ex- "Secos e Molhados"), Geraldo Nunes, Luís Carlos Clay, Lindoln, Luís Wagner, Márcio Greyck, Moacir Morales, Mário Prado, Peninha, Pyska, Ronald etc. Roberto Carlos continua na estratosfera. Pede Cr$ 150 mil (ou mais) para abrir a boca em público. Pois é... Pague quem quiser. xxx Enquanto, infelizmente, existem clubes que gastam até Cr$ 200 mil com um único show musical, um concerto da dimensão do que Dave Brudeck e quarteto apresenta em capitais civilizadas não veio a Curitiba. Afinal, a empresaria já conhece a fama de nossa cidade no que diz respeito a falta de receptividade a espetáculos de nível superior. xxx P.S.: "Meu Pobre Coração de Luto", com Teixeirinha, faturou mais de Cr$ 300 mil no cine Ópera. E possivelmente voltará a ser exibido em outros cinemas da cidade.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
07/04/1978

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