Viaro acha no lixo as placas do velho Guayra
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 14 de dezembro de 1988
Ao proceder uma limpeza geral nos porões do Auditório Salvador de Ferrante, o superintendente Constantino Viaro teve uma surpresa: num saco de aniagem, recoberto de poeira, estavam várias placas de bronze registrando efemérides artísticas ligadas ao antigo Theatro Guayra - e mesmo algumas que datam dos primeiros anos de funcionamento do pequeno Auditório do Teatro Guayra, a partir de sua inauguração em dezembro de 1953.
Ninguém soube explicar como estas peças valiosas foram jogadas num saco e esquecidas no porão. O importante, ao menos, é que se conseguiu encontrá-las e agora terão destino mais nobre.
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Primeiramente, Viaro mandou fazer uma limpeza nas placas. Depois as colocou na estante de seu gabinete, enquanto estuda o destino definitivo das placas que, indiretamente, reconstituem um pouco dos momentos de glória do velho Guayra.
Uma delas, por exemplo, refere-se, a "Aura Abranches, actriz e autora, por seu triumpho - 1922". Quem foi Aura Abranches? E quais as "glórias" que teve no início do século em Curitiba? Pesquisadores, a postos!
Outra placa é uma homenagem prestada, em 1924, ao músico Leo Kessler. Curiosa a inscrição numa placa de 1932: "Thomasys Margellineus". Já Carlos Zecchi era definido como "o pianista máximo da latinidade" em agosto de 1930.
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Leopoldo Frois (Niterói, RJ, 1882 - Suíça, 1932), ator do teatro e do cinema e que começou sua carreira em Portugal, em 1901, passou pelo antigo Theatro Guayra em 26 de junho de 1926. Na ocasião, foi inaugurada uma placa com a frase "Homenagem e admiração a fulgurâcia do seu espírito de ator nacional".
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A placa mais recente refere-se ao primeiro concerto popular que a Orquestra Sinfônica Brasileira, sob regência de Eleazar de Carvalho e com a então sua esposa, pianista Jocy Carvalho, como solista, aconteceu no grande auditório - ainda em obras - em 31 de outubro de 1954.
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