Zezé e Petula, as cantrizes de volta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de setembro de 1989
Há tempos sem gravar um elepê solo, a cantriz Zezé Motta ganha uma compensação: sua foto é a capa do elepê com a trilha nacional da telenovela "Pacto de Sangue" (Sigla/Som Livre), no qual o sempre competente Roberto Nascimento, produtor musical, fez uma excelente seleção. Assim, há um equilíbrio entre temas instrumentais ("O Pacto", "Liberdade"), bons sambistas ("Amor Poente", Roberto Ribeiro), uma versão de Djavan para "Smile" (Chaplim), a suavidade de Leila Pinheiro ("Eu te Amo"), genialidade de Carlinhos Vergueiro em "Como um Ladrão" (com a participação de Paulinho da Viola) e Chico Buarque ("Tablados") e, naturalmente, momentos bregas, como Chrystian e Ralf ("Saudade"), e Dudu França ("Devagar, um Segredo"). Uma belíssima faixa, "No Peito e na Raça" (Olívia Byngton / João Carlos Assis Brasil) já se destacou e a grande Zezé Motta, além de atriz de telenovela, é também a intérprete de "Histórias e Lendas" - uma das belas faixas desta trilha sonora montada com bom gosto e inteligência.
Petula Clark, uma cantriz inglesa (quem não se lembra de sua emocionante participação em "A Caminho do Arco Íris", o musical realizado por Francis Ford Coppola em 1968, com Fred Astaire), a exemplo de nossa Zezé Motta anda(va) meio esquecida fonograficamente. Por isto, é estimulante a iniciativa da Sigla em fazer uma montagem com os seus "Grandes Sucessos", lançado também em cassete e CD.
Com sua ternura vocal - que a fez uma cantora de sucesso nos anos 60 - Petula Clark interpreta canções como "Downtown", "With all My Heart", "I Know a Place", "Kiss me Goodbye", "Chariot", "The Other Man's Crass", e dois sucessos marcantes: "This is my Song" e "Don't Sleep in the Subway".
Enviar novo comentário