Afinal, Guaíra tem agora seu elevador
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de outubro de 1990
Na noite de quarta-feira, 10, na estréia da ópera "Helka", pela primeira vez os espectadores que por idade ou problemas físicos nunca puderam assistir espetáculos no primeiro e segundo balcão, não terão mais este problema. Finalmente, um amplo elevador estará funcionando, atendendo uma reivindicação que se fazia desde que o auditório Bento Munhoz da Rocha Neto foi inaugurado - completando assim, uma obra cujo projeto foi elaborado há mais de 40 anos - e cuja construção arrastou-se por mais de duas décadas e cinco diferentes governos.
Poderia ser feito até uma inauguração oficial do elevador, tal a sua importância dentro da estrutura do grande auditório do teatro iniciado na administração de seu patrono. Entretanto, na discrição e operosidade que caracteriza sua administração, o superintendente Constantino Viaro, preferiu apenas um ato simples, com a possível presença do secretário René Dotti, da Cultura e do governador Álvaro Dias, às 11h desta sexta-feira, quando o elevador de 4,6 toneladas, comandado eletronicamente, sem ruídos, fará o percurso entre o térreo ao terceiro pavimento.
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O custo para que os milhares de espectadores do Teatro Guaíra tivessem a partir de hoje este conforto foi quase simbólico: apenas Cr$ 10 mil pagos pela Fundação Teatro Guaíra. Graças a Lei Sarney, quando ainda em vigor, e o bom trabalho que Constantino Viaro desenvolve há quase quatro anos na direção do teatro, a empresa SUR fez a doação do elevador - cujo custo real é de milhões de cruzeiros. Isto porque considerando a característica do projeto - um elevador para 25 pessoas, com motores totalmente silenciosos (para não interferir nos espetáculos) os controles computadorizados, a unidade teve que ser especialmente desenvolvida pela indústria SUR.
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Paralelamente ao início de funcionamento do elevador, também outra obra complementar do grande auditório que há anos se arrastava está sendo completada: modernas instalações para o bar, dividido em duas unidades, com balcões frigoríficos, freezers e um aspecto de limpeza e conforto que inexistia nas instalações improvisadas feitas há 18 anos e que vinham se perpetuando. Agora com novo arrendatário - selecionado através de concorrência, o bar do Guaíra passa a oferecer melhores opções aos espectadores, com tabelas de preços devidamente controladas pela diretoria administrativa para evitar explorações nas vendas, assim como a qualidade dos produtos deterioráveis (salgadinhos, doces, etc) ali vendidos.
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Agora, só falta a chapelaria ser ampliada e realmente funcionar, especialmente nos dias de chuva e frio, para que o Teatro Guaíra ofereça bons serviços aos espectadores. O arquiteto Rubens Meister, autor do projeto, supervisionou os detalhes de implantação do elevador (originalmente, havia previsões para 4 pequenas unidades), bem como do bar, conforme contratualmente lhe é assegurado. Profissionalmente, nos sentimos felizes em fazer este registro, pois deste espaço, há anos que cobramos a instalação deste elevador, tão necessário para um auditório das proporções do Guaíra, possibilitando acesso confortável a platéia, 1º e 2º balcão por pessoas idosas ou com deficiências físicas.
À Constantino Viaro, cuja competência administrativa a cultura do Paraná tanto deve, credite-se mais esta obra.
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O início de funcionamento do elevador coincide coma penúltima grande produção supervisionada por Viaro: a ópera polonesa "Helka", de Stanislaw Moniuzko, com direção de Maria Foltyn, cenografia de Josef Napiorkowski e coreografia de Klara Smito Sliwinskka (temporada de 10 a 14). Dois elencos - um com solistas poloneses, outro com brasileiros - se revezarão nesta produção co-financiada pelo governo da Polônia.
Em novembro, finalmente estréia uma peça capaz de fazer o Teatro de Comédia do Paraná recuperar o prestígio e grandeza que teve no passado: "As Feiticeiras de Salem", de Arthur Miller, direção de Marcelo Marchioro.
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