Chico Buarque, o talento renovado
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de dezembro de 1985
Se Roberto Carlos é alienação e a exploração comercial com as mesmice de sempre - em termos artisticos mas obtendo sempre a vendagem fabulosa - Chico Buarque é o prestígio, é a competência, é o respeito nacional. Neste final de ano, Chico chega em dose dupla, com trilhas de dois trabalhos produzidos para outras formas de comunicação do que simplesmente a música: uma espécie de avant-sound track do filme "Malandro", ainda em fase de produção e a trilha músical da peça "O Corsário do Rei", de augusto boal - que Chico e Edu Lobo musicaram - e que apesar de se constituir num dos maiores fracassos de público (e de crítica) do ano, continua em cartaz no teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro.
O LP com "O Corsário do Rei", produção da Sigla, até o início da semana ainda não havia chegado nas lojas ( e muito menos para divulgação), mas quem assistiu ao espetáculo de sobreviverem ao fracasso do espetáculo cênico. Já "Malandro" (Ppolygram,dezembro/85) é uma produção de Homero Ferreiro e Carlinhos Vergueiro, com dez das músicas que farão parte da trilha sonora de "Malandro", superprodução baseada em "A Ópera do Malandro" (criada há 4 anos, para o teatro, com base por msua vez nos espetáculos do alemão Bertold Brecht e do inglês Gay), que estará nas telas no segundo semestre de 1986.
Um álbum duplo, com atrilha sonora integral do filme saíra quandoda estréia do filme, co-produção Brsil-França, com direção do consagrado Ruy Guerra ("Os Fuzis", "Erendira"), que volta a fazer um filme no Brasil, dez anos após "A Queda". Pocurando recuperar a linguagem do musical mas de forma brasileira, "Malandro" tem quatro atores e atrizes principais (Edson Celulari, Elba Ramalho, Claudia Ohana, Ney Latorraca) mais um suporte de 55 coadjuvantes, 110 bailarinos, 1.321 pequenos papéis e uma equipe de 104 nomes. Ou seja, uma superprodução para ninguêm botar defeito.
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