Clássicos De Hoffmann a Strauss
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 13 de março de 1977
THE TALES OF HOFF- MANN ( Os Contos de Hoffmann), ópera de Jacques Offenbach (1819-1880), justamente a sua última obra, com livreto de Jules e Pierre Barbier, baseado nas histórias de Ernst Thedor Amadeus Hoffmann, teve sua estréia após a morte de Jacques Offenbach, a 10 de fevereiro de 1881, na Ópera Comique, de Paris. Em quase cem anos, vem sendo uma das obras incluídas com maior destaque nos repertórios das grandes salas operísticas do mundo - mas, como no Brasil, as chances dos apreciadores da música lírica são cada vez mais diminutas, haja visto o elevadíssimo custo destas produções, só resta o consolo das gravações. No ano passado, a Continental/ Phonodisc, editou em esmerada produção - uma caixa com 3 elepês, acompanhado de libreto, esta ópera, da montagem feita pela New Iork City Opera, sob regência de Julius Rudel e com o coral sob regência de John Alldis. Para esta gravação foi reunido o seguinte elenco de artistas líricos: Beverly Sills, Norman Treigle, Stuart Burrows, Susanne Marsee, Nico Castel Robert Loyd, Raimund Herincx, Patricia Kern, Bernard Dickerson e John Noble.
A ARTE DA FUGA- Uma das obras mais conhecidas de Johann Sebastian Bach (1685-1750) - "A Arte da Fuga", tem uma nova gravação editada no Brasil. Pela CBS/ Odyssey (11.117, 1976), saiu a gravação do Quarteto de Cordas Jean-Noel Molard, formado pelos violinos de Molar e Jean Pierre Lacour, viola de Robert Duval e violoncelo de Jacques Watelle. Desde 1973 vem se apresentando juntos e esta é uma de suas primeiras gravações editadas no Brasil.
CLÁSSICOS DA PHONOGRAM- Com o violoncelista Mstislav Rostropovich e Orquestra Sinfônica de Boston, sob a regência de Seiji Ozawa, um lp da Teutsche Grammopohn (Phonogram, 2530653, 1976) traz 3 peças do compositor Alexander Glazounou (1865-1936): "O Canto do Menestrel", o "Concerto Para Violino e Orquestra Nº 2, opus 126". Com o grupo I Musici, cuja obra pouco a pouco vem sendo editada no Brasil pela Philips/ Phonogram há vários anos, um lançamento avulso dos mais importantes: os "Quatro Concertos para Fagote", de Antônio Vivaldi (1678-1741), tendo como solista Klaus Thunemann, 40 anos, alemão de Magdeburg, que nos últimos anos tem se apresentado em concertos com os flautistas Jean-Pierre Rampal e Aurele Nicolet. Para quem aprecia a música antiga, um lançamento indispensável: "Música Real da Notre Dame" com o conjunto de instrumentos de sopro e fanfarras, sob regência de Armando Birbaum. As peças selecionadas para essa gravação são de Jean-Joseph Mouret, Michel Richard Delandade e Jean Baptiste Lully.
O CANTO DO POVO JUDEU- Um dos mais belos elepês editados no ano passado pela Odeon/ London foi "Spirit Of a People" com Stanley Blac regendo a The London Festival Orchestra & Chorus. No repertório, exclusivamente canções israelitas - desde o tema que Ernest Gold compôs para o filme "Exodus" até músicas tradicionais do folclore judaico. Solos de destaque de Francisco Gabarro no cello, Manny Winter na clarinet e do cantor Herstik em "Kol Nidre". Ainda pela London/ Odeon, uma nova gravação de "Assim Falou Zaratustra, Opus 30", de Richard Strauss (1864-1949) - hoje popularizada até o som das discotecas, após a sua utilização na trilha sonora de "2001 - Uma Odisséia no Espaço" de Kubrick e do arranjo diluitivo de Eumir Deodato. A gravação que temos agora é com a Orquestra Filarmônica de Los Angeles, sob a regência de Zubin Mehta, com solo de violino de David Frisina.
UMA NOVA MARCA- Não deixa de ser auspicioso o aparecimento de uma nova gravadora especializada em edição de música erudita. A Academia Santa Cecília de Discos, do Rio de Janeiro, vem colocando no mercado uma série de excelentes gravações - tanto de artistas nacionais como estrangeiros.
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